domingo, 21 de outubro de 2007

Domínio da África do Sul nos prémios da IRB

David Andrade, em Paris

Depois de vencer o Campeonato do Mundo, a África do Sul conseguiu dominar por completo os prémios da Federação Internacional de Râguebi (IRB), ao vencer os galardões para melhor jogador, melhor equipa e melhor treinador. No prémio mais aguardado, Bryan Habana acabou por ser escolhido como melhor jogador do ano, superiorizando-se aos argentinos Felipe Contepomi e Juan Hernandez, ao francês Yannick Jauzion e ao neozelandês Richie McCaw que tinha vencido este prémio no ano passado. Habana realizou um Mundial de grande nível e acabou por se sagrar o melhor marcador de ensaios da competição. Os Springboks acabaram também por vencer o prémio de melhor selecção do ano e Jack White venceu o premio de treinador do ano. Destaque ainda para o norte-americano Ngwenya que marcou o ensaio do ano, segundo a IRB. Curiosamente, este ensaio foi marcado no Campeonato do Mundo, contra a África do Sul.

Lista dos prémios:
IRB Player of the Year – Bryan Habana, África do Sul
IRB Team of the Year – África do Sul
IRB Coach of the Year – Jake White, África do Sul
IRB Under 19 Player of the Year – Robert Fruean, Nova Zelândia
IRB Sevens Team of the Year – Nova Zelândia
IRB Sevens Player of the Year – Afeleke Pelenise, Nova Zelândia
IRB Women’s Personality of the Year – Sarah Corrigan
IRB Referee Award for Distinguished Service - Dick Byres Vernon Pugh
Award for Distinguished Service – Jose Maria Epalza
IRB Development Award - Jacob Thompson
Spirit of Ruby Award – Nicolas Pueta
IRPA Try of the Year - Takudzwa Ngwenya, Estados Unidos
IRPA Special Merit Award – Fabien Pelous, França
IRB Hall of Fame inductees - Pierre de Coubertin, Wilson Whineary, Dr Danny Craven, Gareth Edwards, John Eales

O melhor mundial de sempre mostrou uma nova modalidade a Portugal

David Andrade, em Paris

Os números oficiais só serão divulgados na próxima semana, mas o Campeonato do Mundo de râguebi de 2007 que terminou sábado em França é já, unanimemente, considerado o melhor de sempre. A competição terminou com a vitória justa da África do Sul que acabou por ser a selecção que ao longo de toda a prova demonstrou ser mais regular e, acima de tudo, mais inteligente na abordagem dos jogos. Para Portugal, acabou por ser o campeonato de estreia e as expectativas foram superadas. A selecção nacional deixou uma excelente imagem e a atitude dos jogadores portugueses foi muito elogiada por toda a imprensa estrangeira. Duas selecções claramente vencedoras (África do Sul e Argentina) e três que saíram derrotadas (Nova Zelândia, Austrália e França). É este o balanço, de forma muito sucinta, do Campeonato do Mundo de râguebi de 2007. No que diz respeito à selecção portuguesa, a vitória estava já conseguida com o inédito apuramento para uma fase final de um Mundial, mas os portugueses acabaram por surpreender pela positiva. Depois de deixar uma boa imagem contra a Escócia e a Nova Zelândia nos dois primeiros jogos, Portugal apenas fraquejou no aspecto físico contra a Itália e a Roménia. Com outro tipo de preparação, que só é possível em selecções profissionais, a selecção nacional mostrou dentro do relvado ter argumentos para derrotar a Itália e, principalmente, a Roménia. Apesar de não ter vencido qualquer jogo, o Mundial de França deu uma enorme visibilidade ao râguebi em Portugal e, se se souber aproveitar o interesse que a modalidade despertou, podem estar lançadas as bases para que o râguebi sai do esquecimento em Portugal. Nos próximos meses, a selecção nacional irá disputar já alguns jogos para o Torneio das Seis Nações B, mas a preparação para o Mundial de 2011, que será disputado na Nova Zelândia, está já no subconsciente de todos os responsáveis do râguebi em Portugal.

Alterações às regras em perspectiva
Ainda não passam de intenções, mas é muito provável que o râguebi sofra várias alterações nas regras nos próximos tempos. A modalidade tem demonstrado sempre uma enorme vitalidade e sempre que algo está mal, os responsáveis máximos da Federação Internacional de Râguebi (IRB) não têm qualquer pudor em proceder a alterações que beneficiem a modalidade. Uma das grandes polémicas em torno do Mundial de 2007, está relacionada com o actual sistema de pontuação. O facto de duas penalidades valerem seis pontos, mais do que um ensaio que pode valer apenas cinco pontos, tem merecido muitas críticas. Assim, uma das possíveis alterações que está a ser estudada pela IRB é a redução dos pontos atribuídos por cada conversão de penalidades e pontapés de ressalto que poderiam passar dos actuais três pontos para apenas dois. Outra das modificações em análise, é a alteração da regra que permite a uma equipa chutar directamente a bola para fora quando está dentro da sua linha de 22 metros. Para que as equipas não joguem tanto ao pé, na conquista de terreno, a IRB está a ponderar estender a todo o campo a regra que obriga a que quando uma equipa remata a bola para fora do terreno esta tenha que bater primeiro no terreno do jogo, caso contrário o alinhamento terá que ser feito no perpendicular, da linha lateral, onde foi feito o remate. Actualmente, se uma equipa colocar a bola, dentro da sua linha de 22 metros, directamente para fora do terreno, o alinhamento será efectuado no ponto onde a bola sair.

Reacções à vitória dos Springboks

David Andrade, em Paris

O seleccionador e o capitão dos Springboks analisaram hoje em conferência de imprensa a vitória da África do Sul no Campeonato do Mundo

Jack White (seleccionador):
“Para ser honesto ainda não digeri bem. Acho que é uma daquelas coisas que só vamos realmente perceber a importância quando voltarmos para casa. Obviamente que foi uma vitória grandiosa e ver o apoio que tivemos na última noite não será esquecido tão cedo. Agora é importante construir algo sobre o que foi conseguido. É do interesse de todos conseguir fazer algo no futuro com o que conseguimos. Este feito é muito maior do que o próprio râguebi da África do Sul. Ver o nosso Presidente nos ombros dos jogadores com a Taça Webb Ellis na mão foi muito importante. Sei que há algo organizado para quando voltarmos. Sei que vai começar no dia 26 e durará cinco dias. É importante que os jogadores façam uma volta pelo país e partilhem o troféu com a população.”

John Smit (capitão):
“Todos os jogadores tiveram o troféu na mão e tem sido difícil tirar os olhos da taça, já que trabalhamos muito por a ter. Este foi um grande impulso, não só para o râguebi sul-africano mas também para todo o país. A parte mais entusiasmante será voltar a casa e ver o efeito que isto teve, já que estivemos fora durante dois meses. Lembro-me do que se passou há doze anos [quando a África do Sul venceu o primeiro Campeonato do Mundo] e espero que isso se repita quando regressarmos. O Monty [Percy Montgomery], na sua idade, é um dos jogadores em melhor forma. Ele está a pensar muito no seu possível afastamento. É um fantástico guerreiro.”

Estatísticas finais:

Melhores marcadores:

Percy Montgomery (África do Sul): 105 pontos
Felipe Contepomi (Argentina): 91 pontos
Jonny Wilkinson (Inglaterra): 67 pontos


Jogadores com ensaios:

Bryan Habana (África do Sul): 8 ensaios
Drew Mitchell (Austrália): 7 ensaios
Shane Williams (País de Gales) e Doug Howlett (Nova Zelândia): 6 ensaios


Selecções com mais pontos marcados:

Nova Zelândia: 327 pontos em cinco jogos (média de 65.4 por partida)
África do Sul: 278 pontos em sete jogos (média de 39.7 por partida)
França: 227 pontos em sete jogos (médio de 32.4 por partida)


Selecções com mais ensaios:

Nova Zelândia: 48 ensaios em cinco jogos (média de 9.6 por partida)
África do Sul: 33 ensaios em sete jogos (média de 4.7 por partida)
Austrália: 31 ensaios em cinco jogos (média de 6.2 por partida)

Os melhores do Mundial: Selecção do PÚBLICO

1 - Andrew Sheridan
2 - John Smit
3 - Phil Vickery
4 - Ali Williams
5 - Victor Matfield
6 - Jerry Collins
7 - Richie McCaw
8 - Vasco Uva
9 - Agustín Pichot
10 - Juan Martín Hernández
11 - Bryan Habana
12 - Yannick Jauzion
13 - Luke McAlister
14 - Drew Mitchell
15 - Percy Montgomery

Suplentes:
16 - Os du Randt
17 - Carl Hayman
18 - Bakkies Botha
19 - Jean-Baptiste Elissalde
20 - Jonny Wilkinson
21 - Felipe Contepomi
22 - François Steyn

Treinador: Jake White, da África do Sul

sábado, 20 de outubro de 2007

Números: Inglaterra-África do Sul (6-15)

Ensaios:
Inglaterra – 0
África do Sul – 0

Penalidades convertidas:
Inglaterra – 2 em 2 (Jonny Wilkinson 13’ e 44’)
África do Sul – 5 em 6 (Percy Montgomery 7’, 16’, 40’ e 51’; François Steyn 62’)

Posse de bola:
Inglaterra – 55 %
África do Sul – 45 %

Ocupação de terreno:
Inglaterra – 56 %
África do Sul – 44 %

Formações ordenadas a favor:
Inglaterra – 5 ganhas, 1 perdida
África do Sul – 9 ganhas, 0 perdidas

Alinhamentos a favor:
Inglaterra – 19 ganhos, 7 perdidos
África do Sul – 13 ganhos, 0 perdidos

Erros no jogo à mão:
Inglaterra – 10
África do Sul – 6

Homem do jogo: Victor Matfield (África do Sul)

África do Sul foi mais equipa e venceu com justiça


David Andrade, em Saint-Denis
Foto: Eddie Keogh/Reuters

Uma final do Campeonato do Mundo é sempre um momento único e leva alguns adeptos a cometer pequenas loucuras para assistir a um jogo cujo bilhete mais caro chegava perto dos 500 euros. Foi o caso de Gary, Steve, Dion e Hilton, quatro sul-africanos que vivem em Sidney, na Austrália, e fizeram uma viagem de 26 horas, já com as escalas necessárias, para assistir à presença do seu país pela segunda vez na final do Mundial de râguebi. Apesar da longa viagem, e de terem chegado apenas no dia do jogo, nem sequer tinham bilhete, apesar da confiança de Gary demonstrada a pouco mais de cinco horas do início do encontro: “Chegamos às 7h da manhã, vamos ver o jogo e amanhã [hoje] temos mais 26 horas de avião para regressar a Sidney.” Do lado inglês, Andy partiu de Birmingham rumo a Paris na sexta-feira à noite, apesar de nesse mesmo dia ter morrido o seu pai. Andy manteve a viagem porque queria “dedicar o fim-de-semana à memória” do pai. Acabaram por ser os sul-africanos a verem o seu sacrifício recompensado, com a justa vitória dos Springboks sobre os ingleses por 15-6. Dentro do relvado, apesar da superioridade dos ingleses nas bancadas, a África do Sul mostrou-se sempre mais fria, disciplinada e inteligente do que os britânicos. A primeira parte foi extremamente táctica, como já era previsto. As duas selecções tentavam não cometer qualquer risco e o jogo ao pé na conquista de terreno era uma constante. Sem que nenhuma das equipas conseguisse entrar com perigo na área de 22 metros do adversário, restava aproveitar as faltas do adversário para conquistar pontos. Foi dessa forma que logo aos 7’ Percy Montgomery, o jogador com mais pontos obtidos na competição, aproveitou uma penalidade (um jogador inglês não largou a bola no chão) para colocar a África do Sul em vantagem por 3-0. Cinco minutos depois era a vez da Inglaterra dispor de uma oportunidade para pontuar. Bryan Habana cometeu a mesma falta que um inglês havia cometido e Jonny Wilkinson, de ângulo difícil, empatava o jogo. Com a conversão da penalidade, Wilkinson batia mais um recorde na sua carreira: tornava-se o segundo jogador a conseguir marcar em 15 partidas consecutivas do Campeonato do Mundo, igualando o feito do australiano Michael Lynagh conseguido entre 1987 e 1995. Com o risco zero de ambos os lados e os packs avançados a equivalerem-se, apenas no fim da primeira parte uma equipa esteve perto do ensaio. Nos últimos cinco minutos, os sul-africanos estiveram por duas vezes a escassos metros de chegar ao ensaio, mas a forte defesa dos ingleses apenas permitiu que os Springboks pontuassem através de mais uma penalidade convertida por Montgomery que colocava o resultado ao intervalo em 9-3 favorável à África do Sul. Com apenas quarenta minutos para jogar, a Inglaterra tinha que recuperar de uma desvantagem de seis pontos e quebrar a tradição das cinco finais anteriores: a selecção que tinha chegado em vantagem ao intervalo sagrava-se campeão do mundo. A tradição, no entanto, manteve-se. Os primeiros minutos do segundo tempo até pareciam mostrar o contrário. Logo aos 43’, aconteceu um lance que ainda pudera levantar alguma polémica: o ponta inglês Mark Cueto entrou na linha de ensaio da África do Sul e os adeptos e jogares britânicos festejaram o ensaio. O árbitro pediu a ajuda do vídeo-árbitro e, numa decisão difícil – nem as imagens televisivas foram claras -, o ensaio acabou por não ser validado, já que Cueto terá tocado com os pés fora do campo antes de colocar a bola após a linha de ensaio. Na sequência da jogada, Wilkinson ainda reduziu para 9-6, mas a Inglaterra não conseguiu voltar a pontuar. Acabaram por ser os sul-africanos a aproveitar duas faltas cometidas pelos inglêses, que se mostraram sempre demasiado faltosos, fixando o resultado final em 15-6. Por todo o torneio que realizaram, os Springboks acabaram por merecer tornarem-se a segunda selecção a vencer por duas vezes o Mundial de râguebi.

Inglaterra e África do Sul lutam hoje pelo segundo título mundial


David Andrade, em Paris

A Austrália vai deixar hoje de ser a única selecção que venceu por duas vezes o Campeonato do Mundo de râguebi. Quando forem 20h, Inglaterra e África do Sul vão começar a disputar a final do Mundial de França 2007, no Stade de France, em Saint-Denis, e quer ingleses, quer sul-africanos, contam já no seu historial com uma vitória na competição. Favoritos para este jogo? Não há. Com dois ‘packs’ avançados muito fortes e um chutador temível de cada lado, o triunfo pode pender para qualquer uma das equipas. São duas das selecções de referência do râguebi mundial, mas nem a Inglaterra, nem a África do Sul era apontadas como as principais favoritas a vencer o Campeonato do Mundo que hoje termina. Nova Zelândia, Austrália e França pareciam partir em vantagem, mas os australianos e os franceses acabaram por cair aos pés dos ingleses, enquanto os super-favoritos All Black´s foram derrotados pelos gauleses. A África do Sul acabou por ter um percurso mais tranquilo do que o rival desta noite. Apesar disso, as duas selecções fizeram parte do mesmo grupo e defrontaram-se logo na segunda jornada. No Stade de France, o mesmo palco da partida de hoje, os Springboks impuseram uma pesada derrota à Inglaterra (36-0), mas hoje os protagonistas serão outros, já que os britânicos não contaram com duas peças fundamentais (Jonny Wilkinson e Phil Vickery). Sem que ninguém se assuma como favorito à conquista do segundo título mundial, o jogo de hoje será muito táctico, e colocará frente a frente os dois melhores ‘packs’ de avançados do torneio. Se a Inglaterra tem demonstrado um primeira-linha muito poderosa (composta por Sheridan, Regan e Vickery), que coloca em dificuldades todos os adversários nas formações-ordenadas, a África do Sul é muito forte nos alinhamentos (Matfield e Botha formam uma dupla de saltadores de grande nível) e conta ainda com o flanqueador Schalk Burger, um jogador temível sempre que tem a bola na mão. Para além da importância dos avançados na conquista da bola, a decisão do jogo vai passar pelos pés de dois jogadores: o inglês Jonny Wilkinson e o sul-africano Percy Montgomery. As duas selecções não vão querer correr riscos e quer na conquista de terreno, quer na conversão de penalidades, estes dois atletas terão um papel decisivo. A parte da magia e do imprevisto estará reservada para dois jogadores que fazem da velocidade a sua principal arma. Do lado inglês, Paul Robinson joga a defesa, mas integra-se com muita facilidade na linha de três-quartos. Robinson cumpre hoje a sua 51.ª internacionalização e fará a sua despedida do râguebi internacional, tendo no seu currículo 28 ensaios marcados. Nos Springboks, quem pode fazer a qualquer momento a diferença é Bryan Habana. Aos 24 anos, o ponta sul-africano já deixou a sua marca nesta competição. Com os oito ensaios já obtidos até ao momento, Habana é não só o melhor marcador da competição, mas pode também bater hoje um recorde de uma figura lendária do râguebi mundial. Se Bryan Habana conseguir marcar esta noite um ensaio, ultrapassa o registo de Jonah Lomu (oito ensaios em obtidos no Mundial de 1995), tornando-se o jogador com mais ensaios marcados numa fase final do Campeonato do Mundo.

“Eles é que são os favoritos?”


Foto: Philippe Wojazer/Reuters


Foto: Eddie Keogh/Reuters

David Andrade, em Paris

Não houve polémica entre ingleses e sul-africanos na semana que antecedeu a final do Campeonato do Mundo de râguebi que se realiza hoje. Treinadores e jogadores de ambas as selecções mostraram grande respeito pelo adversário e os elogios mútuos foram uma constante. Quando confrontando com uma pergunta de um jornalista sobre se a África do Sul entraria em campo com o peso de ser favorita, o seleccionado inglês Brian Ashton questionou: “Eles é que são os favoritos?” Para o treinador da África do Sul Jack White a Inglaterra tem “jogadores que já venceram um Campeonato do Mundo fora de casa” e que isso “é uma enorme vantagem”. Do outro lado, Brian Ashton afirma que os sul-africanos “têm uma experiência massiva”, ” jogam juntos há muito anos” e têm muito bons jogadores”. Os elogios e respeito pelo adversário foi uma evidência em todas as declarações. Mas afinal como pode cada uma das selecções fazer a diferença? Nesse capítulo, os jogadores das duas selecções forma mais expressivos. Schalk Burger, um dos atletas em maior destaque nos Springboks afirma que os “primeiros minutos serão muito importantes” já que haverá “muito nervosismo e intensidade” e o segredo do sucesso da África do Sul será “não colocar muita pressão” nos jogadores da própria equipa. A grande estrela dos ingleses, Jonny Wilkinson, considera que a Inglaterra terá que “manter a mesma consistência” e que este jogo “significa muito para a equipa”. “Não há nada mais importante para nós do que vencer sábado [hoje]”, afirma Willkinson. O médio de abertura dos britânicos elogiou Bryan Habana, “um jogador fantástico” que fez “coisas enormes no râguebi”, e também Percy Montgomery “que tem chutado de forma fantástica”. Willkinson, no entando, sacudiu a pressão ao dizer que não havia nenhuma “competição entre jogos de pontapé” entre si e Montgomery. Já Bryan Habana, que hoje pode tornar-se o jogador com mais ensaios obtidos num Mundial, referiu que “o recorde é agradável” e “bom de se ter”, mas que “não terá nenhum significado” se a sua equipa “não der o melhor” hoje. Habana, aproveitou também para retribuir os elogios de Wilkinson: “Eu tenho muito respeito pela Inglaterra, especialmente pelo Jonny Wilkinson pela forma como ele fez a sua equipa regressar dos mortos de novo para o sucesso”.

Duelo Wilkinson-Montgomery

David Andrade, em Paris


Jonny Wilkinson (Inglaterra)
Foto: Eddie Keogh/Reuters

O comportamento da selecção inglesa neste Campeonato do Mundo tem que ser dividido em duas partes: Com e sem Jonny Wilkinson. Depois de ter desempenhado um papel decisivo no Mundial de há quatro anos, na Austrália, onde foi o melhor marcador do torneio e marcou um fantástico pontapé de ressalto a menos de 30 segundos de terminar o prolongamento na final contra os australianos que desempatou a partida, Wilkinson foi vítima de sucessivas lesões que o afastou dos relvados durante quatro anos. No início deste ano, para contentamento de todos os adeptos ingleses, Wilko acabou por regressar. No entanto, logo nos primeiros dias da estadia da Inglaterra em França, Jonny Wilkinson voltou a sofrer uma lesão que colocou em causa toda a estratégia dos actuais campeões do mundo. O número 10 inglês acabou mesmo por falhar os dois primeiros jogos do Campeonato do Mundo e a selecção britânica ressentiu-se muito da sua ausência. Um desses jogos foi mesmo contra a África do Sul e a Inglaterra foi claramente batida por 36-0. Com o seu regresso no terceiro encontro contra Samoa, a selecção inglesa melhorou de forma evidente. Mesmo sem estar ao nível do Mundial de 2003, Wilkinson foi decisivo em todos os jogos que participou – contra a Austrália nos quartos-de-final marcou todos os pontos da equipa e na meia-final contra a França marcou seis pontos nos últimos cinco minutos que garantiram a vitória inglesa. Os seus níveis de eficácia não são, porém, brilhantes: 63 por cento de sucesso na conversão de penalidades e 56 por centos nas conversões. Apesar disso, Wilkinson continua a ser temível nos pontapés de ressalto (já conseguiu cinco neste Mundial em quatro jogos) e a qualquer momento pode resolver um encontro.


Percy Montgomery (África do Sul)
Foto: Howard Burditt/Reuters

Se a Inglaterra tem Jonny Wilkinson, a África do Sul responde com Percy Montgomery. E os números, deste Campeonato do Mundo, dão clara vantagem ao jogador da África do Sul sobre Wilkinson. Montgomery tem sido o espelho da sua selecção neste Mundial. Com uma fiabilidade impressionante, o defesa dos Springboks é o melhor marcador da competição e, no jogo ao pé, tem sido de uma precisão notável. O número 15 da África do Sul apenas não foi titular na terceira partida da sua equipa contra Tonga (acabou por entrar no decorrer da segunda parte) e nas 14 penalidades que tentou converter, apenas falhou uma, o que dá uma percentagem de sucesso de 93 por cento. Já nas conversões após a obtenção de um ensaio, Montgomery já conseguiu converter 22 (73 por cento). A estes números, o defesa da África do Sul junta ainda dois ensaios obtidos contra Samoa, o que o torna o melhor marcador do Campeonato do Mundo com um total de 93 pontos. Com 33 anos, Percy Montgomery estreou-se na selecção sul-africana em 1997. Desde então, apresenta números de respeito que o tornam recordistas de presenças e pontos marcados pelo seu país. Com 93 partidas disputadas pelos Springboks, conseguiu 24 ensaios, 150 conversões, 141 penalidades e seis pontapés de ressalto o que perfaz um total de 861 pontos ao serviço da equipa da África do Sul. Apesar de ser uma das principais referências do râguebi sul-africano, entre 2001 e 2004 Montgomery esteve afastado da selecção africana. Acabou por ser o actual seleccionador Jack White que o voltou a convocar após o Mundial de 2003 (onde Montgomery esteve ausente) e no jogo de hoje o defesa dos Springboks vai ter um papel preponderante numa final onde o jogo ao pé deverá ser decisivo.

Final do RWC 2007: Inglaterra-África do Sul


Estádio: Stade de France (80.000 espectadores)
Cidade: Saint-Denis
Hora: 20h00
Total de jogos entre as duas selecções: 29
Jogos ganhos pela Inglaterra: 12
Jogos ganhos pela África do Sul: 16
Empates: 1
Maior vitória da Inglaterra: 53-3
Menor derrota da África do Sul: 58-10
Média de pontos da Inglaterra nos jogos contra a África do Sul: 16
Média de pontos da África do Sul nos jogos contra a Inglaterra: 20
Últimos cinco jogos entre as duas selecções:
14/09/2007: Inglaterra-África do Sul (0-36)
02/06/2007: África do Sul-Inglaterra (55-22)
25/05/2007: África do Sul-Inglaterra (58-10)
25/11/2006: Inglaterra-África do Sul (14-25)
18/11/2006: Inglaterra-África do Sul (23-21)

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Números: França-Argentina (10-34)

Ensaios:França – 1 (Poitrenaud 69’)
Argentina – 5 (Felipe Contepomi 28’ e 77’ ; Hasan Jalil 32’ ; Aramburu 53’ ; Corleto 65’)

Penalidades convertidas:
França – 1 em 1 (Elissalde 18’)
Argentina – 1 em 1 (Felipe Contepomi 21’)

Posse de bola:
França – 65 %
Argentina – 35 %

Ocupação de terreno:
França – 52 %
Argentina – 48 %

Formações ordenadas a favor:
França – 8 ganhas, 1 perdida
Argentina – 12 ganhas, 1 perdida

Alinhamentos a favor:
França – 22 ganhos, 1 perdido
Argentina – 5 ganhos, 1 perdido

Erros no jogo à mão:
França – 12
Argentina – 5

Homem do jogo: Agustin Pichot (Árgentina)

Argentina humilhou a França na “pequena final”


David Andrade, em Paris
Foto: Ian Langsdon/Reuters

Os franceses anunciaram o jogo como a “pequena final” e acabou por o ser. Num dos jogos disputados com mais entrega e agressividade, muitas vezes acima do permitido pela lei, a Argentina venceu de forma contundente a França por 34-10 e conquistou o terceiro lugar no Campeonato do Mundo. Os Pumas acabaram assim de forma brilhante uma competição onde apenas fraquejaram no jogo das meias-finais contra a África do Sul. A selecção francesa acabou por sair de cabeça baixa e não conseguiu vingar a derrota sofrida no jogo de abertura contra os argentinos. Esta acabou por ser mesmo a maior derrota que os gauleses sofreram contra a selecção sul-americana. No râguebi não há jogos mais ou menos importantes e França e Argentina demonstraram isso mesmo ontem no Parque dos Príncipes em Paris. O jogo foi arduamente disputado e os jogadores das duas equipas chegaram mesmo a protagonizar alguns momentos de maior dureza, que acabou por resultar em três cartões amarelos (outros tantos ficaram por mostrar). Apesar disso, acabou por ser um jogo de grande nível. Ao contrário do que tinha acontecido na primeira partida entre as duas selecções, foi a França que entrou melhor e mandou no encontro durante toda a primeira meia hora. Porém, os franceses apanharam pela frente uma selecção argentina que voltou a estar ao nível que exibiu nos encontros anteriores ao jogo contra os sul-africanos e que defendia sempre bem as investidas dos jogadores da França. E, com o resultado em 3-3, aos 28’ contra a corrente do jogo a Argentina marcou o primeiro ensaio por Felipe Contepomi. A França que até aí se tinha mostrado uma selecção coesa e mais forte do que adversário tremeu e, pelo contrário, os argentinos voltaram a ganhar a confiança que parecia terem perdido após o último jogo. Apenas quatro minutos depois, Hasan Jalil conseguiu o segundo ensaio dos Pumas e fixou o resultado ao intervalo em 17-3 favorável à Argentina. No segundo tempo a França já não se conseguiu recompor. Apesar de pertencer aos gauleses a maior percentagem de posse de bola, os argentinos defendiam sempre bem e, tal como a África do Sul tinha feito nas meias-finais aos Pumas, aproveitavam todos os erros do adversário para dilatar o marcador, sempre com Pichot a comandar a equipa. Os sul-americanos acabaram por conseguir mais três ensaios nos últimos 40 minutos (Felipe Contepomi marcou dois) e conquistaram de forma justa o terceiro lugar do Mundial.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

A final acaba ao intervalo?



David Andrade

É apenas um dado estatístico, mas tem alguma relevância. Nas cinco finais de Campeonatos do Mundo já disputadas, a equipa que chegou à frente do marcador ao intervalo acabou por vencer o jogo. Em 1995 e 2003, a Nova Zelândia e a Austrália, respectivamente, ainda conseguiram recuperar da desvantagem trazida da primeira parte, levando o jogo para o prolongamento, mas no final as duas selecções acabaram por sair derrotadas.

África do Sul mantém o mesmo quinze que venceu a Argentina


David Andrade

Os quinze jogadores sul-africanos que iniciaram o encontro das meias-finais contra a Argentina vão manter-se na equipa inicial dos Springboks para a partida de sábado, frente à Inglaterra, na final do Campeonato do Mundo.


Equipa inicial: 1 - Os du Randt; 2 - John Smit (c); 3 - CJ van der Linde; 4 - Bakkies Botha; 5 - Victor Matfield; 6 - Schalk Burger; 7 - Juan Smith; 8 - Danie Rossouw; 9 - Fourie du Preez; 10 - Butch James; 11 - Bryan Habana; 12 - Francois Steyn; 13 - Jaque Fourie; 14 - JP Pietersen; 15 - Percy Montgomery.


Suplentes: 16 - Bismarck du Plessis; 17 - Jannie du Plessis; 18 - Johannes Muller; 19 - Wickus van Heerden; 20 - Ruan Pienaar; 21 - Andre Pretorius; 22 - Wynand Olivier.

Recordes nas finais


Recordes colectivos:
Mais pontos marcados pelas duas equipas: Austrália-França, 35-12 em 1999.
Menos pontos marcados pelas duas equipas: Austrália-Inglaterra, 12-6 em 1991.
Vitória por maior margem: Austrália-França, 35-12 em 1999.
Vitória por menor margem: África do Sul-Nova Zelândia, 15-12 em 1995; Inglaterra-Austrália, 20-17 em 2003.
Jogo com mais ensaios: Nova Zelândia-França, 29-9 em 1987 com quatro ensaios.
Jogo com mais penalidades: Austrália-França, 35-12 em 1999 com onze penalidades.
Jogo com mais pontapés de ressalto: África do Sul-Nova Zelândia, 15-12 em 1995 com três pontapés de ressalto.

Recordes individuais:
Mais pontos marcadores por um jogador: Matt Burke da Austrália no Austrália-França, 35-12 em 1999 com 25 pontos.
Mais ensaios marcados: Nove jogadores com um ensaio.
Mais penalidades marcadas: Matt Burke da Austrália no Austrália-França, 35-12 em 1999 com sete penalidades.
Mais pontapés de ressalto marcados: Joel Stransky da África do Sul no África do Sul-Nova Zelândia, 15-12 em 1995 com dois pontapés de ressalto.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Argentina com seis alterações contra a França


David Andrade

Marcelo Loffreda, seleccionador da Argentina, anunciou hoje a equipa que vai defrontar a França, na próxima sexta-feira, em encontro a contar para o jogo de apuramento do terceiro e quarto lugar do Campeonato do Mundo. No total são seis as alterações em relação à partida das meias-finais contra a África do Sul, entrando no quinze inicial Basualdo, Jalil, Kairelis, Durand, Tiesi e Aramburu.

Equipa inicial: 1 - Rodrigo Roncero; 2 - Alberto Vernet Basualdo; 3 - Omar Hasan Jalil; 4 - Rimas Álvarez Kairelis; 5 - Patricio Albacete; 6 - Martín Durand; 7 - Juan Martín Fernandez Lobbe; 8 - Gonzalo Longo Elía; 9 - Agustín Pichot (c); 10 - Juan Martín Hernández; 11 - Horacio Agulla; 12 - Felipe Contepomi; 13 - Gonzalo Tiesi; 14 - Federico Martin Aramburu; 15 - Ignacio Corleto.

Suplentes: 16 - Marcos Ayerza; 17 - Eusebio Guiñazu; 18 - Esteban Lozada 19 - Juan Manuel Leguizamón; 20 - Nicolás Fernandez Miranda; 21 - Federico Todeschini; 22 - Hernán Senillosa.

Mark Cueto é a novidade no quinze inglês


David Andrade

A Inglaterra vai apresentar apenas uma alteração na final do Campeonato Mundo de râguebi, contra a África do Sul, em relação à partida das meias-finais contra a França. Com a lesão do ponta Josh Lewsey, o autor do único ensaio no jogo frente aos franceses, Mark Cueto vai ocupar a posição de “número 11”. De resto, nenhuma novidade. O treinador Brian Ashton vai apostar nos mesmo jogadores que derrotaram a Austrália e a França.

Equipa inicial: 1 - Andrew Sheridan; 2 - Mark Regan; 3 - Phil Vickery (c); 4 - Simon Shaw; 5 - Ben Kay; 6 - Martin Corry; 7 - Lewis Moody; 8 - Nick Easter; 9 - Andy Gomarsall; 10 - Jonny Wilkinson; 11 - Mark Cueto; 12 - Mike Catt; 13 - Mathew Tait; 14 - Paul Sackey; 15 - Jason Robinson

Suplentes: 16 - George Chuter; 17 - Matt Stevens; 18 - Lawrence Dallaglio; 19 - Joe Worsley; 20 - Peter Richards; 21 - Toby Flood; 22 - Dan Hipkiss.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

"Mal posso esperar que o jogo de sábado comece"


David Andrade
Foto: Eddie Keogh/Reuters

Schalk Burger, flanqueador da selecção da África do Sul, e a partida do próximo sábado contra a Inglaterra

Ambiente da selecção da África do Sul:
“Estamos a tentar tornar tudo muito simples. Há muito sul-africanos no nosso hotel por isso recebemos vibrações da África do Sul. Tenho recebido muitos telefonemas e mensagens.”

Inglaterra:
“Eles têm jogador bem, principalmente os avançados e nós também nos podemos orgulhar disso. Mal posso esperar que o jogo de sábado comece.”

Jonny Wilkinson:
“É um jogador fantástico e já ganhou um Campeonato do Mundo. O jogo dele tem um grande impacto e é um jogador perigoso. Fará, sem dúvida, a diferença na selecção inglesa.”

Jogo da fase de grupos entre as duas selecções:
“É uma final agora. Vamos começar tudo de novo. Esse jogo já foi esquecido e a Inglaterra melhorou muito desde essa altura. Esta partida vai começar 0-0 e a nossa vitória anterior já foi esquecida há muito.”

Sobre se vai haver muito jogo ao pé:
“Acho que vai ser dessa forma que a partida vai decorrer. Conquistar território é importante no râguebi.”

"Não se ganham pontos por jogar bonito", diz Eddie Jones


David Andrade
Foto: Howard Burditt/Reuters

Eddie Jones, treinador-adjunto da África do Sul que, em 2003, era seleccionador da Austrália que foi derrotada na final contra a Inglaterra

Estar de regresso a um Campeonato do Mundo:
“Tem sido um excelente Campeonato do Mundo e estou a apreciar a oportunidade de trabalhar num nível internacional outra vez. Estou muito agradecido ao Jake White [seleccionador da África do Sul] pela oportunidade. Em 2003 nós [Austrália] batalhávamos por chegar à final e a África do Sul não estava a jogar tão bem quanto gostaria.”

Preparação para a final
“Temos que estar concentrados sem nos deixar distrair. Acho que a preparação para a final é a semana mais fácil porque já estamos juntos há seis ou sete semanas e só é preciso reforçar as coisas boas e não deixar que as más se coloquem à frente.”

Jonny Wilkinson:
“É um jogador diferente de 2003. Defensivamente continua bom, mas não é tão dominador. Ele dá confiança à Inglaterra e os outros jogam melhor com ele ao lado. Continua a chutar razoavelmente bem.”

Como vai jogar a África do Sul:
“Vamos jogar como precisarmos e isso é o lado bom desta equipa. No Campeonato do Mundo tratasse apenas de ganhar e não se ganham pontos por jogar bonito. Por isso, as equipas são mais pragmáticas e não me parece que isso seja mau. Há muito talento nesta equipa. Eles são bons, trabalhadores e humildes.”

Se neste jogo vai tentar uma desforra depois da derrota em 2003:
“Não. Tu continuas em frente. Na vida de treinador há bons e maus momentos. A Austrália jogou o melhor que soube e a Inglaterra foi melhor.”

Ben Kay: "Vencer este Mundial será um acontecimento fenomenal”


David Andrade
Foto: Howard Burditt/Reuters

Ben Kay, segunda-linha da Inglaterra

Derrota por 36-0 no jogo da fase de grupos contra a África do Sul:
“Para ser honesto, parece que já foi há muito tempo. Tivemos sorte por termos participado num grupo difícil, ao contrário da Austrália e da Nova Zelândia que passearam na fase de grupos, mas que mais tarde ou mais cedo teriam que bater numa parede. Sei que tivemos um péssimo dia na última vez que defrontamos a África do Sul e tenho a certeza que para muitos de nós será uma motivação provar que aquele não foi o resultado correcto.”

Evolução da Inglaterra depois dessa derrota:
“Acho que batemos no fundo nesse jogo. Depois tivemos uma conversa honesta dentro do grupo e não saímos do quarto até termos uma direcção para seguirmos em frente.”

Diferenças em relação à final de 2003:
“Acredito honestamente que se ganharmos neste fim-de-semana terá mais significado do que a outra final. Vencer este Mundial quando ninguém tinha nenhuma esperança em nós será um acontecimento fenomenal.”

Chegar à final é uma surpresa?:
“Para muita gente foi uma surpresa. Nós começamos a jogar em conjunto e a jogar um râguebi vencedor. Não é atractivo mas é vencedor.”

Alinhamento da África do Sul:
“Eles não dão muito espaço para ganharmos as nossas bolas e são muito eficazes nas bolas deles. Vamos ter que trabalhar alguns aspectos durante a semana.”

França muda mais de metade da equipa


David Andrade
Foto: Howard Burditt/Reuters

A selecção francesa vai apresentar na próxima sexta-feira contra a Argentina, no jogo que irá decidir o terceiro e quarto lugar da competição, um quinze muito diferente daquele que defrontou a Nova Zelândia e a Inglaterra nas duas partidas anteriores. O seleccionador Bernard Laporte promoveu uma verdadeira revolução na equipa e vai utilizar alguns dos jogadores menos utilizados. Destaque para as mudanças na linha de três-quartos que é praticamente nova. O único jogador que se mantém na equipa é Damien Traille que, no entanto, passa da posição de defesa para primeiro-centro. Para além de Traille, apenas se mantém no quinze francês o capitão Ibanez, de Villiers, Thion, Dusautoir e Elissalde.

Equipa inicial: 1 - Jean-Baptiste Poux; 2 - Raphaël Ibanez (c); 3 - Pieter de Villiers; 4 - Lionel Nallet; 5 - Jérôme Thion; 6 - Yannick Nyanga; 7 - Thierry Dusautoir; 8 - Imanol Harinordoquy; 9 - Jean-Baptiste Elissalde; 10 - Frédéric Michalak; 11 - Christophe Dominici; 12 - Damien Traille; 13 - David Skrela; 14 - Aurélien Rougerie; 15 - Clément Poitrenaud.

Suplentes: 16 - Sébastien Bruno; 17 - Nicolas Mas; 18 - Sébastien Chabal; 19 - Rémy Martin; 20 - Pierre Mignoni; 21 - Lionel Beauxis; 22 - Vincent Clerc.

domingo, 14 de outubro de 2007

Números: África do Sul-Argentina (37-13)

Ensaios:
África do Sul – 4 (du Preez 7’; Habana 32’ e 76’; Rossouw 40’)
Argentina – 1 (Manuel Contepomi 45’)

Penalidades convertidas:
África do Sul – 3 em 4 (Montgomey 17’, 71’ e 75’)
Argentina – 2 em 4 (Felipe Contepomi 15’ e 30’)

Posse de bola:
África do Sul – 52 %
Argentina – 48 %

Ocupação de terreno:
África do Sul – 46 %
Argentina – 54 %

Formações ordenadas a favor:
África do Sul – 12 ganhas, 2 perdidas
Argentina – 8 ganhas, 0 perdidas

Alinhamentos a favor:
África do Sul – 18 ganhos, 1 perdido
Argentina – 11 ganhos, 8 perdidos

Erros no jogo à mão:
África do Sul – 7
Argentina – 16

Homem do jogo: Danie Rossouw (África do Sul)

Erros argentinos facilitam vitória da África do Sul


David Andrade
Foto: Juan Medina/Reuters

Acabou por ser uma vitória por números que não se esperavam. A África do Sul venceu ontem no Stade de France a Argentina por 37-13, na segunda meia-final do Campeonato do Mundo de râguebi, e garantiu a presença na final da competição onde voltará a encontrar a Inglaterra. Os jogadores argentinos acabaram por pagar pelos inúmeros erros que cometeram durante todo o jogo, facilitando assim a vitória aos sul-africanos, embora o resultado final seja bastante desnivelado para o que se passou no jogo. Bryan Habana, com dois ensaios, foi o grande destaque do jogo e já é o melhor marcador de ensaios da competição. Esperava-se um jogo muito táctico, mas a partida acabou por ser muito mais movimentada do que o encontro da véspera entre a Inglaterra e a França. Frente a frente estavam duas selecções que já se tinham encontrado por onze vezes, sempre com vitórias dos africanos. Mas ontem esperava-se uma melhor resposta dos argentinos. Os Pumas ainda não tinham perdido qualquer jogo na competição e vinham demonstrando uma enorme disciplina e fiabilidade. Porém, a selecção sul-americana acabou por mostrar-se sempre muito nervosa e cometeu falhas que viriam a ser sempre muito bem aproveitadas pela África do Sul. A garra, vontade e entrega argentina acabou assim por ser insuficiente perante a inteligência, organização e frieza dos Springboks. O jogo começou com a Argentina a querer mandar. Os Pumas entram com muita atitude e empurraram os jogadores sul-africanos para o seu meio-campo, mas todas as investidas dos argentinos terminavam sempre com falhas de passe ou bolas largadas para a frente. E foi num desses erros, aos 7’, que a África do Sul adiantou-se no marcador. Com a Argentina instalada no meio-campo do adversário, Felipe Contepomi efectuou um passe muito denunciado à entrada da linha de 22 metros dos africanos que Fourie du Preez interceptou. O jogador dos Springboks correu cerca de 70 metros e sem dificuldade marcou o primeiro ensaio do jogo, colocando o resultado em 7-0. Os argentinos não mudaram a sua maneira de jogar, mesmo em desvantagem. Com mais posse de bola e domínio territorial, a Argentina instalava-se no meio-campo da África do Sul, mas havia sempre um erro que tornava infrutífero todo o esforço dos Pumas. A isto, juntava-se enormes dificuldades nos alinhamentos e nas bolas por alto que a Argentina demonstrou durante toda a partida. Do outro lado, pelo contrário, a África do Sul com inteligência jogava no erro do adversário. Acabou por ser dessa forma que pouco depois da meia hora, com o resultado em 10-6 favorável aos Springboks, que o jogo começou a pender de forma definitiva para o lado dos sul-africanos. Com a Argentina novamente a pressionar à entrada da linha de 22 metros da África do Sul, Schalk Burger conseguiu roubar a bola aos argentinos e, com rápidos passes até à ponta, a bola chegou às mãos de Bryan Habana que colocou a bola por cima de um adversário e, com a sua enorme velocidade, só parou na linha de ensaio. Aos 32’, os sul-africanos passavam a vencer por 17-6. Para terminar uma primeira parte de pesadelo para a Argentina, em cima do intervalo mais um erro dos Pumas permitiu a Rossouw chegar ao terceiro ensaio dos Springboks e fixar o resultado em 24-6. A perder por 18 pontos de diferença, a Argentina tinha que mudar muito para a segunda parte. E os minutos iniciais mostraram uma atitude diferente. Logo aos 44’, Manuel Contepomi marcou o único ensaio dos argentinos na partida, num lance em que foi preciso recorrer à ajuda do vídeo-árbitro. Com 24-13 no marcador, ficou a sensação que ainda seria possível aos sul-americanos voltarem à discussão do resultado, mas a África do Sul não o permitiu. Muito mais experientes, os jogadores dos Springboks começaram a não permitir que os argentinos entrassem tantas vezes no seu terreno e aos poucos foram dilatando a vantagem que dispunham. Até final, a África do Sul obteve mais dois ensaios, com destaque para o último alcançado novamente por Habana, que desta forma conseguiu o seu oitavo em toda a competição e é já é o melhor marcador do Mundial. Agora, a África do Sul vai voltar a reencontrar a Inglaterra na final, depois das duas selecções terem-se defrontado na fase de grupos. Nessa altura, os Springboks venceram por claros 36-0, mas os ingleses jogaram sem alguns dos seus melhores jogadores como Vickery, Robinson (que saiu lesionado nos minutos iniciais) e... Jonny Wilkinson.

“Não me interessa quem vamos defrontar na final”



David Andrade
Foto: Eddie Keogh/Reuters

Conferência de imprensa do seleccionador inglês Brian Ashton hoje em Paris

Momento de forma da Inglaterra:
“Quando se coloca uma nova equipa junta, como nós fizemos, é necessário tempo. O jogo contra a África do Sul [derrota por 36-0] veio no momento certo. Foi um pontapé que levamos nas costas e mostrou-nos que precisávamos de nos unir e trabalhar em conjunto. Para mim esse foi o momento decisivo do torneio para nós. Desde essa altura ganhamos quatro jogos seguidos e, espero, ganhar o quinto na próxima semana.”

Manter a concertação dos jogadores ingleses:
“Eu não consigo imaginar este grupo de jogadores, num Campeonato do Mundo, a cometerem o erro de pensarem que já ganharam a competição. Eles já chegaram tão longe que não vão querer ficar apenas satisfeitos por chegar à final. Vão querer fazer história.”

Importância de Jonny Wilkinson:
“Para ele, como para todos nós, tem sido como uma montanha russa. Esteve lesionado e falhou os dois primeiros jogos. A sua percentagem de sucesso no jogo ao pé não tem sido tão elevada como era habitual, mas se falarem com os outros jogadores eles dirão que o querem ter no mesmo lado.”

Possível adversário na final:
“Se jogarmos contra a África do Sul, e nada é garantido neste torneio, o que aconteceu [derrota inglesa na fase de grupos por 36-0] será completamente irrelevante. Não me interessa quem vamos defrontar na final. Suponho que a maioria dos jogadores irá ver o jogo [África do Sul-Argentina] nos seus quartos.”

Segunda meia-final: África do Sul-Argentina


Estádio: Stade de France (80.000 espectadores)
Cidade: Saint-Denis
Hora: 20h00
Total de jogos entre as duas selecções: 11
Jogos ganhos pela África do Sul: 11
Jogos ganhos pela Argentina: 0
Empates: 0
Maior vitória da África do Sul: 39-7
Menor derrota da Argentina: 26-25
Média de pontos da África do Sul nos jogos contra a Argentina: 40
Média de pontos da Argentina nos jogos contra a África do Sul: 23

Últimos cinco jogos entre as duas selecções:
05/11/05: Argentina-África do Sul (23-34)
04/12/04: Argentina-África do Sul (7-39)
28/06/03: África do Sul-Argentina (26-25)
29/06/02: África do Sul-Argentina (49-29)
12/11/00: Argentina-África do Sul (33-37)

sábado, 13 de outubro de 2007

Números: Inglaterra-França (14-9)

Ensaios:
Inglaterra – 1 (Josh Lewsey 2’)
França – 0

Penalidades convertidas:
Inglaterra – 2 em 3 (Jonny Wilkinson 47’ e 75’)
França –3 em 3 (Lionel Beauxis 8’, 18’ e 44’)

Posse de bola:
Inglaterra – 48 %
França – 52 %

Ocupação de terreno:
Inglaterra – 43 %
França – 57 %

Formações ordenadas a favor:
Inglaterra – 6 ganhas, 0 perdidas
França – 7 ganhas, 0 perdidas

Alinhamentos a favor:
Inglaterra – 12 ganhos, 2 perdidos
França – 19 ganhos, 4 perdidos

Erros no jogo à mão:
Inglaterra – 6
França – 5

Homem do jogo: Mike Catt (Inglaterra)

Inglaterra na final, com Wilkinson (novamente) no papel de herói


David Andrade
Foto: Regis Duvignau/Reuters

Sentiram dificuldades em conseguir a qualificação para os quartos-de-final, perderam no segundo jogo contra a África do Sul por 36-0 e chegaram a ser dados como uma selecção acabada. Todavia, os actuais campeões do mundo de râguebi surgiram completamente transfigurados nestes dois últimos jogos. Depois de derrotar a Austrália no jogo anterior, a Inglaterra deu ontem, no Stade de France, mais uma demonstração de combatividade, mas também de classe. Os ingleses derrotaram a França por 14-9, com Jonny Wilkinson novamente no papel de herói, e terminaram com o sonho francês de conseguir em casa o primeiro título mundial.Para muitos foi um déjà vu. A Inglaterra aguentou sempre que foi preciso a pressão do adversário e, nos minutos finais, entregou a Wilkinson a responsabilidade de resolver o problema. A França pareceu ter quase sempre o jogo sob controlo, mas nunca conseguiu ganhar uma vantagem que permitisse encarar os minutos finais com tranquilidade. A cinco minutos do fim, os franceses venciam por um ponto (9-8), mas o número 10 inglês, com uma penalidade e um brilhante pontapé de ressalto, virou o jogo e garantiu à Inglaterra a qualificação para a final, onde terá a oportunidade de defender o título mundial alcançado há quatro anos na Austrália. Nessa altura, também foi Wilkinson o herói inglês.O jogo foi tenso, duro e disputado ao milímetro. A Inglaterra começou praticamente a ganhar. Com pouco mais de um minuto, o francês Damien Traille permitiu que uma bola pontapeada pelos ingleses batesse à sua frente e, no ressalto, Josh Lewsey assumiu o controlo da bola e marcou ensaio. Com apenas dois minutos, a Inglaterra já vencia por 5-0. A França reagiu pouco depois. Aos 8’, a Inglaterra foi penalizada por um jogador não ter permanecido de pé numa formação e Beauxis, na conversão da penalidade, reduziu para 3-5. Dez minutos depois, nova falta dos ingleses numa formação, e Beauxis colocava a França em vantagem pela primeira vez (6-5). O jogo entrou numa fase muito disputada, quase sempre no meio do terreno, e, até ao intervalo, Wilkinson ainda tentou marcar um pontapé de ressalto, que acabaria por passar ao lado dos postes.A segunda-parte começou com os franceses a dilatarem a vantagem (9-5), novamente por Beauxis na conversão de uma penalidade. Foi então que Jonny Wilkinson entrou em jogo. Aos 46’, o médio de abertura inglês conseguiu os primeiros pontos na partida e reduziu a desvantagem inglesa para apenas um ponto (8-9). Com a curta vantagem de que dispunham, os franceses começaram então a tentar colocar o jogo o mais longe possível do seu meio-campo, quase sempre através de pontapés de Michalak, mas os minutos finais acabaram por se revelar fatais para os gauleses.A cinco minutos do fim, a França cometeu uma penalidade à entrada da sua linha de 22 metros, quase em zona frontal aos postes, que Wilkinson facilmente converteu, colocando a Inglaterra em vantagem por 11-9. Os franceses dispunham de quatro minutos para conseguirem três pontos, mas, a dois minutos do fim, Wilkinson, com um pontapé de ressalto, voltou a conseguir mais três pontos, que fixaram o resultado final em 14-9.

"Não sei quem é favorito e não quero saber", diz Contepomi


David Andrade
Foto: Juan Medina/Reuters

Felipe Contepomi, centro da selecção da Argentina, e o jogo das meias-finais contra a África do Sul

Chegar às meias-finais de um Mundial:
“Pode ser um sonho representar o nosso país numa meia-final. Para o râguebi argentino é um momento enorme e esperamos aproveitar esta oportunidade. Não sabemos se teremos uma oportunidade como está nos próximos anos.”

Cansaço da equipa:
“Sim, definitivamente. Sentimos a fadiga de jogar cinco jogos, mas preferimos que aconteça isto do que jogarmos menos jogos. Tentamos fazer uma boa preparação para este Mundial e esperamos agora que essa preparação traga dividendos.”

Confiança em derrotar a África do Sul pela primeira vez:
“Nós gostávamos que isso acontecesse. Conhecemos essas estatísticas, mas os recordes foram feitos para serem quebrados. A Argentina nunca tinha derrotado a selecção anfitriã e fizemos isso.”

Sobre o seleccionador sul-africano ter considerado a sua selecção não favorita:
“Jake White [seleccionador da África do Sul] diz muitas coisas. Acho que é um treinador muito esperto, e um dos melhores treinadores do mundo. Ele disse isso, e muitos jogadores [da África do Sul] também disseram que não nos receiam porque nunca os vencemos. Eu não me importo. Conhecemos as nossas limitações e as nossas forças e esperamos colocar às forças à frente das fraquezas. São 80 minutos. Não sei quem é favorito e não quero saber. O que conta são os 80 minutos.”

Como é que a Argentina pode vencer:
“A Argentina para vencer esta batalha precisa, antes de mais, de não cometer qualquer erro porque contra a África do Sul qualquer erro é transformado em pontos. Depois temos que ser inteligentes, tentar colocarmo-nos no território deles e marcarmos sempre que possível. Seja como for: Pontapés de ressalto, penalidades ou ensaios.”

Seleccionador sul-africano considera a Argentina "favorita"


David Andrade
Foto: Howard Burditt/Reuters

Conferência de Imprensa do seleccionador da África do Sul Jack White antes da partida contra a Argentina.

Favoritismo para o jogo das meias-finais:
“Os Pumas têm no Stade de France um bom território de caça. Eles dizem que estão cansados, mas eles têm que ser favoritos. Ganharam aqui [Stade de France], conhecem o estádio, venceram a França que venceu a Nova Zelândia e vão ter, provavelmente, muitas pessoas no estádio a gritar por eles. Temos respeito pelo que conseguiram. Eles pensam que a pressão está do nosso lado, mas eles venceram a França no Stade de France e não há muitas pessoas que se possam gabar disso. Por isso, eles não são os ‘outsiders’.”

Importância do jogo para a Argentina:
“Eles conseguiram maravilhas com o que lhes foi dado. Não estão a jogar só para o Campeonato do Mundo, estão também a jogar pelo râguebi na Argentina.”

Estilo de jogo argentino:
“Eles foram uma das equipas que mais jogou ao pé e isso resultou. São uma selecção única e fazem as coisas de forma diferente.”

Estratégia da África do Sul:
“Acho que vai ser uma mistura de tudo. [Agustín] Pichot está no comando de todo o ritmo da equipa da Argentina, por isso colocar pressão no 9 [Pichot] e no 10 [Juan Martín Hernández] é do nosso ponto de vista vital. Vamos ter que ver a forma como eles vão jogar e se variarmos as nossas linhas e o tempo de ataque podemos surpreende-los com coisas que eles não esperam ou não encontraram ainda nos jogos que já disputaram.”

Primeiro jogo das meias-finais: Inglaterra-França


Estádio: Stade de France (80.000 espectadores)
Cidade: Saint-Denis
Hora: 20h00
Total de jogos entre as duas selecções: 89
Jogos ganhos pela Inglaterra: 47
Jogos ganhos pela França: 35
Empates: 7
Maior vitória da Inglaterra: 37-0
Maior vitória da França: 31-6
Média de pontos da Inglaterra nos jogos contra a França: 15
Média de pontos da França nos jogos contra a Inglaterra: 12

Últimos cinco jogos entre as duas selecções:
18/08/07: França-Inglaterra (22-9)
11/08/07: Inglaterra-França (15-21)
11/03/07: Inglaterra-França (26-18)
12/03/06: França-Inglaterra (31-6)
13/02/05: Inglaterra-França (17-18)

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

“Não quero voltar para casa com palmadas nas costas”, diz o capitão inglês


David Andrade
Foto: Eddie Keogh/Reuters

Phil Vickery, capitão da selecção da Inglaterra, fez hoje de manhã a antevisão da partida das meias-finais de amanhã contra a França.

Jogo contra a França:
“Este fim-de-semana vamos ter um grande jogo contra uma selecção francesa muito dura. Se não acreditasse na equipa [inglesa] não estaria aqui. Precisamos que os jogadores façam uma exibição que nem eles próprios pensariam que fosse possível. Se perdermos amanhã a próxima semana não vai ter nenhum significado.”

Preparação inglesa:
“Para nós é tudo uma questão de detalhes. Analisamos muito o jogo da última semana [contra a Austrália], sobre o posicionamento de cada jogador e vimos o jogo como um todo. Agora vamos jogar contra a selecção anfitriã numa semifinal do Campeonato do Mundo, por isso não vai haver surpresas. Penso que temos jogadores com as qualidades técnicas necessárias, mas também psicológicas.”

Adeptos franceses:
“O público vai ser muito importante para a selecção francesa. Já joguei muitas vezes lá [Stade de France] e perdi muitas vezes também. É o jogo grande do Hemisfério Norte. Jogar em Paris, contra a França, é um trabalho duro, mas uma meia-final do Mundial é um jogo massivo. Espero que não se coloque à frente do rugby as emoções. É a oportunidade de uma vida e não queremos desperdiçar essa oportunidade. Não quero ir para casa e ter pessoas a dar-me palmadas nas costas a dizerem-me ‘bem feito’. Quero voltar para cada e ser relembrado por ter agarrado a oportunidade.”

Pumas também não mexem na equipa


David Andrade
Foto: Gareth Watkins/Reuters

Nos 22 convocados da selecção da Argentina para o jogo contra a África do Sul há apenas uma alteração em relação ao jogo dos quartos-de-final contra a Escócia: No banco de suplentes sai Hernán Senillosa e entra para o seu lugar Gonzalo Tiesi. Os restantes 21 atletas mantém-se e o quinze é exactamente o mesmo que derrotou os escoceses. O seleccionador Marcelo Loffreda mantém assim aposta na equipa que tem dado uma excelente resposta dentro do campo. Os Pumas são mesmo a selecção que menos alterações tem feito na equipa base.

Equipa inicial: 1 - Rodrigo Roncero; 2 - Mario Ledesma Arocena; 3 - Juan Martín Scelzo; 4 - Carlos Ignacio Fernandez Lobbe; 5 - Patricio Albacete; 6 - Lucas Ostiglia; 7 - Juan Martín Fernandez Lobbe; 8 - Gonzalo Longo Elía; 9 - Agustín Pichot (c); 10 - Juan Martín Hernández; 11 - Horacio Agulla; 12 - Felipe Contepomi; 13 - Manuel Contepomi; 14 - Lucas Borges; 15 - Ignacio Corleto.

Suplentes: 16 - Alberto Vernet Basualdo; 17 - Omar Hasan Jalil; 18 - Rimas Álvarez Kairelis; 19 - Juan Manuel Leguizamón; 20 - Nicolás Fernandez Miranda; 21 - Federico Todeschini; 22 - Gonzalo Tiesi.

CJ van der Linde regressa contra a Argentina


David Andrade
Foto: Mal Fairclough/Reuters

A estratégia das equipas semifinalistas do Campeonato do Mundo mantém-se: em equipa que se qualifica, não se mexe. A África do Sul anunciou hoje o quinze para a partida de domingo, às 20h, contra a Argentina e há apenas uma alteração. O pilar CJ van der Linde, que tinha falhado o encontro dos quartos-de-final contra Fiji devido a lesão, vai voltar a ocupar um lugar na primeira linha dos sul-africanos. No resto, nada de novo. O seleccionador Jake White manteve exactamente os mesmos jogadores que venceram os fijianos.

Equipa inicial: 1 - Os du Randt; 2 - John Smit (c); 3 - CJ van der Linde; 4 - Bakkies Botha; 5 - Victor Matfield; 6 - Schalk Burger; 7 - Juan Smith; 8 - Danie Rossouw; 9 - Fourie du Preez; 10 - Butch James; 11 - Bryan Habana; 12 - Francois Steyn; 13 - Jaque Fourie; 14 - JP Pietersen; 15 - Percy Montgomery.

Suplentes: 16 - Bismarck du Plessis; 17 - Jannie du Plessis; 18 - Johannes Muller; 19 - Bobby Skinstad; 20 - Ruan Pienaar; 21 - Andre Pretorius; 22 - Wynand Olivier

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

176 testes, nenhum caso de doping


David Andrade

A Federação Internacional de Râguebi (IRB) anunciou hoje que até ao momento não se registou nenhum caso positivo de doping no Campeonato do Mundo. No total foram efectuados 176 testes nos 44 jogos já realizados. “O programa anti-doping para o RWC 2007 foi o mais extenso na história dos campeonatos do mundo de râguebi”, começou por afirmar Tim Ricketts, responsável pelo centro anti-dopagem. Durante o Mundial foram “realizados quatro testes por jogo e ainda um programa de análises ao sangue fora do período de competição”. Ricketts acresectou que “cinco jogadores de cada uma das selecções semifinalistas fizeram análises sanguíneas nos últimos dois dias”. “As análises ao sangue foram bem recebidas pelos jogadores e pelos treinadores”, referiu. Para além dos jogos da fase final, foram ainda realizados testes “nos últimos 12 meses em mais de 30 jogos da fase de qualificação” sem que se registasse qualquer resultado positivo.

Dados: Os 15 franceses que vão defrontar a Inglaterra


1. Olivier Milloud
- Pilar
- Quatro jogos no RWC 2007, nenhum ensaio
- Titular contra a Argentina, Irlanda, Geórgia e Nova Zelândia
- Cinco jogos no RWC 2003
- Estreou-se pela selecção em 2000
- 49 internacionalizações, um ensaio

2. Raphaël Ibanez
- Talonador
- Quatro jogos no RWC 2007, um ensaio
- Titular contra a Argentina, Irlanda e Nova Zelândia
- Esteve no RWC 1999 e 2003
- Jogador com mais presenças pela França em jogos do RWC (16)
- 96 internacionalizações, oito ensaios

3. Pieter de Villiers
- Pilar
- Quatro jogos no RWC 2007, nenhum ensaio
- Titular contra a Argentina, Namíbia, Irlanda e Nova Zelândia
- Jogou no RWC 1999
- Nasceu na África do Sul
- 68 internacionalizações, dois ensaios

4. Fabien Pelous
- Segunda-linha
- Quatro jogos no RWC 2007, nenhum ensaio
- Titular contra a Argentina e Nova Zelândia
- Jogou no RWC 1999 e 2003
- É o terceiro jogador mais internacional a nível mundial
- 117 internacionalizações, oito ensaios

5. Jérôme Thion
- Segunda-linha
- Quatro jogos no RWC 2007, nenhum ensaio
- Titular contra a Argentina, Irlanda, Geórgia e Nova Zelândia
- Jogou no RWC 2003
- Estreou-se pela selecção em 2003
- 40 internacionalizações, um ensaio

6. Serge Betsen
- Flanqueador
- Quatro jogos no RWC 2007, nenhum ensaio
- Titular contra a Argentina, Namíbia, Irlanda e Nova Zelândia
- Cinco jogos no RWC 2003, dois ensaios
- Nasceu nos Camarões
- 62 internacionalizações, nove ensaios

7. Thierry Dusautoir
- Flanqueador
- Três jogos no RWC 2007, dois ensaios
- Titular contra a Namíbia, Irlanda e Nova Zelândia
- Este é o primeiro RWC em que participa
- Nasceu na Costa do Marfim
- Oito internacionalizações, três ensaios

8. Julien Bonnaire
- “número 8”
- Cinco jogos nos RWC 2007, dois ensaios
- Titular contra a Namíbia, Irlanda, Geórgia e Nova Zelândia
- Este é o primeiro RWC em que participa
- É o jogador francês com mais minutos neste RWC (340)
- 36 internacionalizações, seis ensaios

9. Jean-Baptiste Elissalde
- Formação
- Cinco jogos no RWC 2007, um ensaio
- Titular contra a Namíbia, Irlanda e Nova Zelândia
- Este é o primeiro RWC em que participa
- É o terceiro com mais conversões marcada neste RWC
- 28 internacionalizações, quatro ensaios

10. Lionel Beauxis
- Abertura
- Quatro jogos no RWC 2007, um ensaio
- Titular contra a Geórgia e Nova Zelândia
- Este é o primeiro RWC em que participa
- Considerado pela IRB o melhor jogador sub-21 em 2006
- 10 internacionalizações, um ensaio

11. Cédric Heymans
- Ponta
- Quatro jogos no RWC 2007, um ensaio
- Titular contra a Argentina, Irlanda, Namíbia e Nova Zelândia
- Este é o primeiro RWC em que participa
- Estreou-se pela selecção em 2000 contra a Itália
- 36 internacionalizações, 10 ensaios

12. Yannick Jauzion
- Primeiro centro
- Cinco jogos no RWC 2007, um ensaio
- Titular contra a Argentina, Geórgia e Nova Zelândia
- Quatro jogos no RWC 2003, três ensaios
- É um dos cinco atletas nomeados para melhor jogador do RWC 2007
- 49 internacionalizações, 16 ensaios

13. David Marty
- Segundo centro
- Quatro jogos no RWC 2007, um ensaio
- Titular contra a Namíbia, Irlanda, Geórgia e Nova Zelândia
- Este é o primeiro RWC em que participa
- Estreou-se pela selecção contra a Itália em 2005
- 17 internacionalizações, oito ensaios

14. Vincent Clerc
- Ponta
- Quatro jogos no RWC 2007, cinco ensaios
- Titular contra a Namíbia, Irlanda e Nova Zelândia
- Este é o primeiro RWC em que participa
- Marcou três ensaios contra a Namíbia
- 26 internacionalizações, 15 ensaios

15. Damien Traille
- Defesa
- Quatro jogos no RWC 2007, nenhum ensaio
- Titular contra a Namíbia, Irlanda e Nova Zelândia
- Cinco jogos no RWC 2003, nenhum ensaio
- Fez os três primeiros jogos a centro
- 57 internacionalizações, 12 ensaios

Dados: Os 15 ingleses que vão defrontar a França


1. Andrew Sheridan
- Pilar
- Cinco jogos no RWC 2007, nenhum ensaio
- Titular em todos os jogos do RWC 2007
- Este é o primeiro RWC em que participa
- “Man of the Match” contra a Austrália
- 18 internacionalizações

2. Mark Regan
- Talonador
- Três jogos no RWC 2007, nenhum ensaio
- Titular contra os EUA, África do Sul e Austrália
- Jogou dois encontros do RWC 2003
- Retirou-se do râguebi internacional em 2004, regressando este ano
- 41 internacionalizações, três ensaios

3. Phil Vickery
- Pilar
- Dois jogos no RWC 2007, nenhum ensaio
- Titular contra os EUA e a Austrália
- Esteve presente no RWC 1999 e RWC 2003
- Foi castigado com dois jogos após o primeiro jogo
- 58 internacionalizações, três ensaios

4. Simon Shaw
- Segunda-linha
- Quatro jogos no RWC 2007, nenhum ensaio
- Titular contra os EUA, África do Sul, Samoa e Austrália
- Esteve no RWC 2003, mas não jogou qualquer partida
- Nasceu no Quénia, onde viveu até aos 16 anos
- 41 internacionalizações, dois ensaios

5. Ben Kay
- Segunda-linha
- Cinco jogos no RWC 2007, nenhum ensaio
- Titular em todos os jogos
- Esteve no RWC 2003 onde jogou seis jogos
- Na final do último Mundial largou uma bola em cima da linha de ensaio
- 51 internacionalizações, dois ensaios

6. Martin Corry
- Flanqueador
- Cinco jogos no RWC 2007, dois ensaios
- Apenas não foi titular contra os EUA
- Jogou no RWC 1999 e 2003
- Já foi capitão por 17 vezes
- 62 internacionalizações, seis ensaios

7. Lewis Moody
- Flanqueador
- Cinco jogos no RWC 2007, nenhum ensaio
- Titular contra Tonga e Austrália
- Sete jogos no RWC 2003 e um ensaio
- Falhou o último Seis Nações devido a lesão
- 50 internacionalizações, nove ensaios

8. Nick Easter
- “número 8”
- Quatro jogos no RWC 2007, nenhum ensaio
- Titular contra a África do Sul, Samoa, Tonga e Austrália
- Não esteve no RWC 2003
- Estreou-se pela selecção no último Seis Nações
- 10 internacionalizações, quatro ensaios

9. Andy Gomarsall
- Formação
- Quatro jogos no RWC 2007, nenhum ensaio
- Titular contra Samoa, Tonga e Austrália
- Dois jogos no RWC 2003, dois ensaios
- Esteve ausente da selecção entre 2004 e 2007
- 31 internacionalizações, seis ensaios

10. Jonny Wikinson
- Abertura
- Três jogos no RWC 2007, nenhum ensaio
- Titular contra Samoa, Tonga e Austrália
- Esteve no RWC 1999 e 2003
- Marcou pontos em todos (13) jogos que participou em Campeonatos do Mundo
- 63 internacionalizações, seis ensaios

11. Josh Lewsey
- Ponta
- Cinco jogos no RWC 2007, nenhum ensaio
- Titular em todos os jogos
- Cinco jogos no RWC 2003, cinco ensaios
- Já jogou pela selecção em todas as posições da linha de três-quartos
- 54 internacionalizações, 24 ensaios

12. Mike Catt
- Primeiro centro
- Três jogos no RWC 2007, nenhum ensaio
- Titular contra os EUA, África do Sul e Austrália
- Esteve no RWC 1995, 1999 e 2003
- É o terceiro jogador inglês com mais jogos em RWC (17)
- 73 internacionalizações, sete ensaios

13. Mathew Tait
- Segundo centro
- Cinco jogos no RWC 2007, um ensaio
- Titular contra Samoa, Tonga e Austrália
- Este é o primeiro RWC em que participa
- É o segundo jogador mais jovem a ter conseguir marcar um ensaio pela selecção
- 17 internacionalização, dois ensaios

14. Paul Sackey
- Ponta
- Quatro jogos no RWC 2007, quatro ensaios
- Titular contra a África do Sul, Samoa, Tonga e Austrália
- Este é o primeiro RWC em que participa
- É um dos cinco jogadores que conseguiu marcar mais de 50 ensaios no campeonato inglês
- 8 internacionalizações, cinco ensaios

15. Jason Robinson
- Defesa
- Três jogos no RWC 2007, um ensaio
- Titular contra os EUA, África do Sul e Austrália
- Sete jogos no RWC 2003, quatro ensaios
- Retirou-se do râguebi internacional em 2005, mas regressou este ano
- 48 internacionalizações, 28 ensaios

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Inglaterra também mantém o mesmo quinze


David Andrade
Foto: Eddie Keogh/Reuters

Tal como a França, a Inglaterra não vai fazer alterações para o jogo contra os franceses. O seleccionador inglês escolheu os mesmos quinze jogadores que venceram no fim-de-semana passado a Austrália. A Inglaterra vai continuar a apostar na fórmula de sucesso utilizada contra os Wallabies: um ‘pack’ avançado muito poderoso e agressivo e o génio de Jonny Wilkinson no jogo ao pé.

Equipa inicial: 1 - Andrew Sheridan; 2 - Mark Regan; 3 - Phil Vickery (c); 4 - Simon Shaw; 5 - Ben Kay; 6 - Martin Corry; 7 - Lewis Moody; 8 - Nick Easter; 9 - Andy Gomarsall; 10 - Jonny Wilkinson; 11 - Josh Lewsey; 12 - Mike Catt; 13 - Mathew Tait; 14 - Paul Sackey; 15 - Jason Robinson

Suplentes: 16 - George Chuter; 17 - Matt Stevens; 18 - Lawrence Dallaglio; 19 - Joe Worsley; 20 - Peter Richards; 21 - Toby Flood; 22 - Dan Hipkiss.

França não mexe na equipa para o jogo das meias-finais


David Andrade
Foto: Charles Platiau/Reuters

Bernard Laporte, seleccionador francês, não fez nenhuma alteração na equipa da França que sábado vai defrontar a Inglaterra. Laporte manteve os mesmos 22 jogadores que foram convocados para a partida dos quartos-de-final contra a Nova Zelândia e no quinze inicial também não se regista nenhuma alteração. “Eles venceram a Nova Zelândia, se nós fizéssemos duas ou três alterações, os jogadores perguntariam: Porque eu e não os outros?”, justificou Laporte.

Equipa inicial: 1 - Olivier Milloud; 2 - Raphaël Ibanez (c); 3 - Pieter de Villiers; 4 - Fabien Pelous; 5 - Jérôme Thion; 6 - Serge Betsen; 7 - Thierry Dusautoir; 8 - Julien Bonnaire; 9 - Jean-Baptiste Elissalde; 10 - Lionel Beauxis; 11 - Cédric Heymans; 12 - Yannick Jauzion; 13 - David Marty; 14 - Vincent Clerc; 15 - Damien Traille.

Suplentes: 16 - Dimitri Szarzewski; 17 - Jean-Baptiste Poux; 18 - Sébastien Chabal; 19 - Imanol Harinordoquy; 20 - Frédéric Michalak; 21 - Clément Poitrenaud; 22 - Christophe Dominici.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

“Queremos jogar bem pela Inglaterra”


David Andrade
Foto: Eddie Keogh/Reuters

O vice-capitão da selecção inglesa falou esta manhã sobre a partida das meias-finais do Campeonato do Mundo contra a França. Martin Corry afirmou que os jogadores ingleses não terão que se preocupar com a motivação para este jogo, porque “quando se joga estes encontros a motivação vem de todo o lado” e não é necessário “trabalhar no duro para se ficar motivado para uma meia-final de um Campeonato do Mundo contra a França, em França”. O flanqueador inglês considera que “é uma grande perspectiva” defrontar os franceses no seu país porque “terão uma nação inteira a apoiá-los”, mas a Inglaterra terá que encontrar “uma maneira de conseguir vencer”. O trajecto dos britânicos neste Mundial “tem sido duro” e para Corry a Inglaterra esteve “no mais competitivo grupo de todos os Campeonatos do Mundo”, o que “ajudou” os ingleses “na preparação”. “Em todos dos jogos queremos melhorar a nossa performance. Quando vestimos a camisola branca, estamos a jogar pela Inglaterra e queremos jogar bem pela Inglaterra”, concluiu.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

IRB estuda a possibilidade de criar um novo torneio mundial


David Andrade

Ainda é um projecto, mas pode revolucionar o râguebi a nível mundial. Syd Millar, presidente da Federação Internacional de Râguebi (IRB), anunciou hije em Paris que está em estudo a criação de uma nova competição a nível mundial, que incluirá “uma dezena de países” e que seria disputada um ano antes da realização do Campeonato do Mundo. Nesta competição, para a qual haveria uma fase de qualificação, não deverão participar os países que fazem parte dos Torneios das Seis Nações e Três Nações e ainda a Argentina.Sem adiantar grandes pormenores, porque o projecto “ainda está em estudo”, Syd Millar levantou a ponta do véu: “Nós podemos, por exemplo, incluir as dez equipas que surgem após os dez primeiros do ranking mundial. Ficariam de fora as selecções que participam no Torneio das Seis Nações [França, Inglaterra, Escócia, Irlanda, Itália e País de Gales], no Torneio das Três Nações [Nova Zelândia, Austrália e África do Sul] e a Argentina”. Millar acrescentou ainda que “o processo de qualificação [para o Campeonato do Mundo] poderia depois ser feito por competições regionais [como acontece actualmente] ou através deste novo torneio”. Se este projecto avançar, Millar afirmou que a primeira edição realizar-se-á em 2010, um ano antes do Mundial de 2011 que será disputado na Nova Zelândia. Mais esclarecedor sobre o possí-vel formato desta competição foi Ber-nard Lapasset, presidente do Comité Organizador do Mundial de 2007. Segundo Lapasset, o novo torneio incluiria “selecções dos dois hemisférios e seria realizado apenas num país”, e haveria “um processo de qua-lificação por continentes”. “Isto irá proporcionar às selecções uma melhor fase de preparação [antes de cada Mundial] e escolher uma equipa-tipo um ano antes”, acrescentou, dando como exemplo o caso de Portugal, que não teve muito tempo para se preparar para o Mundial deste ano. A concretizar-se, esta nova competição vai proporcionar a países “em desenvolvimento”, como Portugal, disputar mais jogos internacionais, com equipas de nível superior.

Divulgados os cinco candidatos a jogador do ano da IRB


David Andrade
Foto: Juan Medina/Reuters

A Argentina continua a somar vitórias. Um dia depois de conseguir, pela primeira vez na sua história, o apuramento para uma meia-final do Campeonato do Mundo, a Argentina viu hoje dois jogadores nomeados para o prémio de Jogador do Ano 2007 da Federação Internacional de Râguebi (IRB): Felipe Cantepomi e Juan Martín Hernandez. Para além dos dois jogadores argentinos, foram ainda nomeados Bryan Habana (África do Sul), Yannick Jauzion (França) e Richie McCaw (Nova Zelândia). McCaw, para além de ser o único avançado entre os cinco jogadores designados, venceu no ano passado este mesmo prémio. A gala da IRB, onde será divulgado o vencedor, irá decorrer em Paris, no dia 21 de Outubro.

domingo, 7 de outubro de 2007

Números: Argentina-Escócia (19-13)

Ensaios:
Argentina – 1 (Gonzalo Longo Elía 33’)
Escócia – 1 (Chris Cusiter 63’)

Penalidades convertidas:
Argentina – 3 em 4 (Felipe Contepomi 23’, 29’ e 43’)
Escócia – 2 em 3 (Dan Parks 16’; Chris Paterson 38’)

Posse de bola:
Argentina – 51 %
Escócia – 49 %

Ocupação de terreno:
Argentina – 59 %
Escócia – 41 %

Formações ordenadas a favor:
Argentina – 7 ganhas, 1 perdida
Escócia – 6 ganhas, 2 perdidaa

Alinhamentos a favor:
Argentina – 11 ganhos, 2 perdidos
Escócia – 18 ganhos, 1 perdido

Erros no jogo à mão:
Argentina – 9
Escócia – 11

Homem do jogo: Longo Elía (Argentina)

Argentina alcança pela primeira vez as meias-finais


David Andrade
Foto: Vincent Kessler/Reuters

Não houve surpresas nos dois últimos jogos dos quartos-de-final. Na última partida, Argentina e Escócia acabaram por proporcionar o jogo menos espectacular dos quartos-de-final, mas os Pumas, apesar de terem sentido algumas dificuldades nos momentos finais, acabaram por vencer como era esperado, por 19-13. Jogado sempre de forma muito táctica, as duas selecções privilegiaram sempre o jogo ao pé, já que cada uma das equipas disponha de excelentes chutadores: Felipe Conteponi e Juan Martín Hernández (do lado argentino) e Dan Parks e Chris Paterson (pelos escoceses). A Argentina conseguiu dominar a partida quase por completo e os Pumas chegaram ao intervalo a vencer por 13-6, e no segundo tempo aumentaram a vantagem para 19-6. Mas a Escócia conseguiu chegar ao ensaio aos 63’ por Chris Cusiter, reduzindo para 19-13, e nos últimos minutos os argentinos tiveram que aguentar a forte pressão escocesa. No último minuto, Dan Parks ainda tentou colocar a bola por alto dentro da área de ensaio da Argentina, mas o remate acabou por sair muito longo e Sean Lamont não conseguiu concluir. Com este triunfo a Argentina consegue pela primeira vez na sua história chegar às meias-finais do Mundial de râguebi e vai defrontar no próximo domingo a África do Sul.

Último jogo dos quartos-de-final: Argentina-Escócia


Estádio: Stade de France (80.000 espectadores)
Cidade: Saint-Denis
Hora: 20h00
Total de jogos entre as duas selecções: 6
Jogos ganhos pela Argentina: 5
Jogos ganhos pela Escócia: 1
Empates: 0
Maior vitória da Argentina: 25-16
Maior vitória da Escócia: 49-3
Média de pontos da Argentina nos jogos contra a Escócia: 20
Média de pontos da Escócia nos jogos contra a Argentina: 23

Números: África do Sul-Fiji (37-20)

Ensaios:
África do Sul – 5 (Fourie 13’; John Smit 35’; JP Pietersen 51’; Juan Smith 70’; Butch James 80’)
Fiji – 2 (Delasau 57’; Sireli Bobo 59’)

Penalidades convertidas:
África do Sul – 2 em 3 (Steyn 8’; Montgomery 63’)
Fiji – 2 em 2 (Seremaia Bai 26’ e 44’)

Posse de bola:
África do Sul – 51 %
Fiji – 49 %

Ocupação de terreno:
África do Sul – 57 %
Fiji – 43 %

Formações ordenadas a favor:
África do Sul – 14 ganhas, 0 perdidas
Fiji – 8 ganhas, 1 perdida

Alinhamentos a favor:
África do Sul – 12 ganhos, 2 perdidos
Fiji – 12 ganhos, 4 perdidos

Erros no jogo à mão:
África do Sul – 13
Fiji – 29

Homem do jogo: Juan Smith (África do Sul)

Missão cumprida para os Springboks, apesar das dificuldades



David Andrade
Foto: Howard Burditt/Reuters

Não foi nada fácil para a África do Sul o apuramento para as meias-finais. Os Springboks tiveram pela frente a magia e imprevisibilidade de Fiji, que durante 30 minutos na segunda-parte colocou a selecção sul-africana em sérias dificuldades. Os fijianos tiveram mesmo, por duas vezes, a oportunidade de passar para a frente do marcador, mas no final a inteligência e o rigor da África do Sul acabou por levar. Os números finais (37-20), não reflectem o equilíbrio da partida. A África do Sul entrou muito bem na partida. Sem dar grandes oportunidades a Fiji de fazer o seu jogo (muita circulação de bola por todos os jogadores), os Springboks conseguiram chegar ao ensaio logo aos Fourie aos 13’. Fiji não encontrava soluções e ao intervalo perdia por 13-3. Apesar da selecção do Pacífico ainda ter reduzido a desvantagem a vantagem para 13-6, no recomeço dos últimos 40 minutos, aos 51’ JP Pietersen alcançou o segundo ensaio dos sul-africanos e, para piorar o cenário dos fijianos, Rabeni viu um cartão amarelo no mesmo minuto. Com 28 minutos para jogar, Fiji perdia por 20-6 e tinha menos um jogador. Mas esta selecção da Oceânia é sempre surpreendente. Os fijianos abriram o jogo, com os seus jogadores a atacar a toda a largura do campo, bem ao estilo do râguebi de sete onde são muito fortes, e a África do Sul tremeu. Aos 57’ Delasau colocou a bola ao pé por cima da defesa adversária a conseguiu fazer o toque de meta, marcando um ensaio espectacular. Dois minutos depois, Sireli Bobo chegava ao segundo ensaio de Fiji e empatava a partida a 20 pontos. Os sul-africanos sentiam muitas dificuldades e, nos minutos seguintes, por duas vezes viram os fijianos falharam por muito pouco o terceiro ensaio. Foi então que o rigor táctico e a inteligência da África do Sul resolveu a partida. Os Springboks começaram a jogar ao pé, metendo a bola bem perto da linha de ensaio de Fiji, e através da força dos seus avançados fizeram a diferença, com dois ensaios da autoria de Juan Smith (70’) e Butch James (80’).