sábado, 20 de outubro de 2007

Inglaterra e África do Sul lutam hoje pelo segundo título mundial


David Andrade, em Paris

A Austrália vai deixar hoje de ser a única selecção que venceu por duas vezes o Campeonato do Mundo de râguebi. Quando forem 20h, Inglaterra e África do Sul vão começar a disputar a final do Mundial de França 2007, no Stade de France, em Saint-Denis, e quer ingleses, quer sul-africanos, contam já no seu historial com uma vitória na competição. Favoritos para este jogo? Não há. Com dois ‘packs’ avançados muito fortes e um chutador temível de cada lado, o triunfo pode pender para qualquer uma das equipas. São duas das selecções de referência do râguebi mundial, mas nem a Inglaterra, nem a África do Sul era apontadas como as principais favoritas a vencer o Campeonato do Mundo que hoje termina. Nova Zelândia, Austrália e França pareciam partir em vantagem, mas os australianos e os franceses acabaram por cair aos pés dos ingleses, enquanto os super-favoritos All Black´s foram derrotados pelos gauleses. A África do Sul acabou por ter um percurso mais tranquilo do que o rival desta noite. Apesar disso, as duas selecções fizeram parte do mesmo grupo e defrontaram-se logo na segunda jornada. No Stade de France, o mesmo palco da partida de hoje, os Springboks impuseram uma pesada derrota à Inglaterra (36-0), mas hoje os protagonistas serão outros, já que os britânicos não contaram com duas peças fundamentais (Jonny Wilkinson e Phil Vickery). Sem que ninguém se assuma como favorito à conquista do segundo título mundial, o jogo de hoje será muito táctico, e colocará frente a frente os dois melhores ‘packs’ de avançados do torneio. Se a Inglaterra tem demonstrado um primeira-linha muito poderosa (composta por Sheridan, Regan e Vickery), que coloca em dificuldades todos os adversários nas formações-ordenadas, a África do Sul é muito forte nos alinhamentos (Matfield e Botha formam uma dupla de saltadores de grande nível) e conta ainda com o flanqueador Schalk Burger, um jogador temível sempre que tem a bola na mão. Para além da importância dos avançados na conquista da bola, a decisão do jogo vai passar pelos pés de dois jogadores: o inglês Jonny Wilkinson e o sul-africano Percy Montgomery. As duas selecções não vão querer correr riscos e quer na conquista de terreno, quer na conversão de penalidades, estes dois atletas terão um papel decisivo. A parte da magia e do imprevisto estará reservada para dois jogadores que fazem da velocidade a sua principal arma. Do lado inglês, Paul Robinson joga a defesa, mas integra-se com muita facilidade na linha de três-quartos. Robinson cumpre hoje a sua 51.ª internacionalização e fará a sua despedida do râguebi internacional, tendo no seu currículo 28 ensaios marcados. Nos Springboks, quem pode fazer a qualquer momento a diferença é Bryan Habana. Aos 24 anos, o ponta sul-africano já deixou a sua marca nesta competição. Com os oito ensaios já obtidos até ao momento, Habana é não só o melhor marcador da competição, mas pode também bater hoje um recorde de uma figura lendária do râguebi mundial. Se Bryan Habana conseguir marcar esta noite um ensaio, ultrapassa o registo de Jonah Lomu (oito ensaios em obtidos no Mundial de 1995), tornando-se o jogador com mais ensaios marcados numa fase final do Campeonato do Mundo.

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