domingo, 21 de outubro de 2007

O melhor mundial de sempre mostrou uma nova modalidade a Portugal

David Andrade, em Paris

Os números oficiais só serão divulgados na próxima semana, mas o Campeonato do Mundo de râguebi de 2007 que terminou sábado em França é já, unanimemente, considerado o melhor de sempre. A competição terminou com a vitória justa da África do Sul que acabou por ser a selecção que ao longo de toda a prova demonstrou ser mais regular e, acima de tudo, mais inteligente na abordagem dos jogos. Para Portugal, acabou por ser o campeonato de estreia e as expectativas foram superadas. A selecção nacional deixou uma excelente imagem e a atitude dos jogadores portugueses foi muito elogiada por toda a imprensa estrangeira. Duas selecções claramente vencedoras (África do Sul e Argentina) e três que saíram derrotadas (Nova Zelândia, Austrália e França). É este o balanço, de forma muito sucinta, do Campeonato do Mundo de râguebi de 2007. No que diz respeito à selecção portuguesa, a vitória estava já conseguida com o inédito apuramento para uma fase final de um Mundial, mas os portugueses acabaram por surpreender pela positiva. Depois de deixar uma boa imagem contra a Escócia e a Nova Zelândia nos dois primeiros jogos, Portugal apenas fraquejou no aspecto físico contra a Itália e a Roménia. Com outro tipo de preparação, que só é possível em selecções profissionais, a selecção nacional mostrou dentro do relvado ter argumentos para derrotar a Itália e, principalmente, a Roménia. Apesar de não ter vencido qualquer jogo, o Mundial de França deu uma enorme visibilidade ao râguebi em Portugal e, se se souber aproveitar o interesse que a modalidade despertou, podem estar lançadas as bases para que o râguebi sai do esquecimento em Portugal. Nos próximos meses, a selecção nacional irá disputar já alguns jogos para o Torneio das Seis Nações B, mas a preparação para o Mundial de 2011, que será disputado na Nova Zelândia, está já no subconsciente de todos os responsáveis do râguebi em Portugal.

Alterações às regras em perspectiva
Ainda não passam de intenções, mas é muito provável que o râguebi sofra várias alterações nas regras nos próximos tempos. A modalidade tem demonstrado sempre uma enorme vitalidade e sempre que algo está mal, os responsáveis máximos da Federação Internacional de Râguebi (IRB) não têm qualquer pudor em proceder a alterações que beneficiem a modalidade. Uma das grandes polémicas em torno do Mundial de 2007, está relacionada com o actual sistema de pontuação. O facto de duas penalidades valerem seis pontos, mais do que um ensaio que pode valer apenas cinco pontos, tem merecido muitas críticas. Assim, uma das possíveis alterações que está a ser estudada pela IRB é a redução dos pontos atribuídos por cada conversão de penalidades e pontapés de ressalto que poderiam passar dos actuais três pontos para apenas dois. Outra das modificações em análise, é a alteração da regra que permite a uma equipa chutar directamente a bola para fora quando está dentro da sua linha de 22 metros. Para que as equipas não joguem tanto ao pé, na conquista de terreno, a IRB está a ponderar estender a todo o campo a regra que obriga a que quando uma equipa remata a bola para fora do terreno esta tenha que bater primeiro no terreno do jogo, caso contrário o alinhamento terá que ser feito no perpendicular, da linha lateral, onde foi feito o remate. Actualmente, se uma equipa colocar a bola, dentro da sua linha de 22 metros, directamente para fora do terreno, o alinhamento será efectuado no ponto onde a bola sair.

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