sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Tomaz Morais: “Os melhores são os meus”

Por: David Andrade, em Paris

PÚBLICO: Qual é, para si, o principal favorito à conquista do Campeonato do Mundo?

Tomaz Morais: Se a Nova Zelândia se conseguir adaptar às difíceis situações que os adversários lhes colocam, penso que podem ser Campeões do Mundo.

Mas tem falhado sempre nos momentos decisivos...

As equipas quando vão jogar contra eles levam sempre a lição muito bem estudada. Jogam tacticamente e tentam anular a selecção da Nova Zelândia, muitas vezes, praticando um râguebi menos agradável mas que se torna eficaz. Jogam nos erros e a Nova Zelândia muitas vezes não é capaz de alterar o seu sistema de jogo.

Se tivesse a possibilidade de escolher um jogador das outras 19 selecções qualificadas qual escolheria?

Escolhia o Daniel Carter e o Richie McCaw [ambos da Nova Zelândia]. O Daniel Carter pela sua qualidade como gestor de jogo talvez seja o melhor médio-abertura do Mundo. O Richie McCaw, na posição que joga - a número 7 em que um jogador mais tem que destruir e também apoiar em termos de construção de jogo -, é fabuloso e consegue fazer o seu trabalho durante 80 minutos sem quebras e é muito pouco faltoso. Depois há muitos outros que eu gostaria de escolher, mas como eu costumo dizer, os melhores são os meus...

Ver o jogo contra a Nova Zelândia do lado de fora vai ser frustrante?

Não, mas gostava mais de jogar, porque a melhor coisa que há no râguebi é jogar. Será tremendamente difícil esse jogo, porque sabemos o grau de dificuldade e a grande diferença entre as duas equipas. Vamos ter que ter a paciência, calma e inteligência.

Portugal vai ganhar à Roménia?

Eu gostava de dizer que sim, mas apenas lhes ganhámos uma vez, por um ponto. A Roménia é mais forte do que Portugal pelo valor individual dos jogadores que tem, pela experiência e pelo profissionalismo assumido nos últimos 10 anos. A pressão vai estar do lado da Roménia e a obrigação de ganhar é deles. Vamos ter que fazer o nosso melhor jogo de sempre para ganhar.

Nestes seis anos que já leva como seleccionador nacional, arrepende-se de ter feito alguma coisa?

Não, nada. Tudo o que fiz foi dentro das minhas convicções e com a plena consciência que estava a fazer o melhor pelo râguebi português.

E de não ter feito?

Gostava que tivesse sido dada a oportunidade a Portugal de disputar o próximo circuito mundial de sevens. O convite foi feito para dois anos e toda a gente sabia das dificuldades que íamos ter para fazer uma prova dentro daquilo que são as nossas capacidades, mas a Federação Internacional afastou a selecção nacional. Deixa-me alguma mágoa porque os sevens sempre foram uma grande aposta e Portugal tem competido bem e tem sido uma equipa espectacular e merecia a oportunidade de continuar como selecção residente.

E por que motivos isso não aconteceu?

Havia equipas como os Estados Unidos e o País de Gales a fazerem uma pressão grande para entrar e tinha que sair alguém e eles optaram por tirar o país que menos força e expressão tem.

O que é que ainda lhe falta fazer à frente da selecção nacional?

Todos os projectos que eu propus foram superados. Agora há que criar novos objectivos. Depois do Mundial vamos tentar garantir a presença no Campeonato do Mundo de sevens, em 2009, em Hong Kong e, nos próximos dois anos, fazer uma renovação da equipa de quinze para atacar o Mundial de 2001.

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