sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Tomaz Morais (seleccionador português): "Se entramos no campo a pensar no resultado será um erro enorme"

David Andrade, em Lyon

Suspensão de Juan Severino afectou a equipa?

[A suspensão do Juan Severio] afecta sempre a equipa. Ele é um jogador muito trabalhador e estava num belíssimo momento de forma. Ele no ‘pack’ avançado faz várias posições e perder o Juan é perder um jogador importante na equipa. Como teria sido com qualquer jogador, porque vieram os 30 melhores jogadores e ficamos reduzidos a 29. É uma perda grande para a equipa, mas principalmente para o jogador. Ele tinha o sonho de jogar os quatro jogos e viu esse sonho interrompido. É sempre pior para ele do que para o colectivo. Portugal tem reagido sempre muito bem com as adversidades dentro da equipa e supera-se mais ainda.

O que significa para os jogadores e adeptos a presença de Portugal no Mundial?
É muito importante para nós a presença e os jogos neste Campeonato do Mundo. É um momento histórico e o momento mais importante na história da Federação Portuguesa de Rugby.

Fazer melhor do que a Itália fez contra a Nova Zelândia é possível?
Todos os objectivos quando são traçados são alcançáveis. Esta manhã fizemos uma reunião conjunta para que haja apenas uma cabeça a pensar quando entrarmos para dentro do campo. Nos desportos colectivos, e no râguebi em particular, quando um entra a pensar que perder por menos que a Itália é uma vitória e outro entra a pensar que se não for batido o recorde do Mundo é uma vitória, não se consegue fazer nada. Esta manhã traçamos um objectivo comum a todos que é realista e é conseguir perder por menos de cem pontos. Um objectivo muito ambicioso que seria para nós uma vitória era conseguir um resultado melhor do que a Itália. Se entramos no campo a pensar no resultado será um erro enorme. Amanhã os jogadores vão ter que deixar tudo o que têm e o que não têm em campo para conseguir os objectivos.

Qual é a estratégia para o jogo?
Nós traçamos quatro objectivos no ataque. Queremos melhorar na conquista da bola nos alinhamentos, temos armas e conhecimentos para saber-mos variar e estar melhor do que estivemos contra a Escócia. Na formação ordenada temos que conquistar a bola sem grandes preocupações e não temos tido problemas nesse aspecto contra quem quer que seja. Na utilização da bola temos que nos convencer que cada bola que jogarmos sozinhos vamos perdê-la. Temos que jogar em grupo e o apoio é fundamental no jogo de amanhã, porque a Nova Zelândia é a equipa que melhor recupera bolas e mais marca a partir dessas situações. Finalmente queremos marcar pontos de qualquer forma. Na defesa não podemos falhar placagens e ter a coragem que os jogadores portugueses têm.

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