Por Filipe Escobar de Lima
Eles são maus. São muito maus. Os “lobos” regressaram ontem a casa e marcharam triunfantes na chegada ao Aeroporto da Portela, em Lisboa. Na recepção, várias dezenas de adeptos, familiares, tudo muito português. Vermelho e verde. Bandeiras, cachecóis e orgulho. Muito orgulho. A acompanhar o passo dos atletas na boca de acesso à saída, entoou-se o hino nacional. A Portuguesa ganhou novo fôlego cantada nos estádios do Mundial de râguebi, em França. Agora, a emoção voltou, cantada junto aos novo heróis. “É muito especial”, disse Salvador, de bola de râguebi na mão e caneta na outra. Este mini-atleta, não mais de 15 anos, desta modalidade de homens brutos veio à caça de autógrafos e fotografias. Os mais improváveis heróis, à cabeça com o treinador Tomaz Morais, foram engolidos pela maré de gente que se especou no hall das chegadas. Entupiram a sua saída, formaram uma barragem e placaram os jogadores. Mas desta vez os “lobos” não ripostaram e deixaram-se estar. Um a um foram aparecendo, quase iluminados. Eles são mesmo maus: um de braço ao peito, outro com o olho negro, mais um a cambalear. Mas todos de sorriso aberto e franco, impecavelmente vestidos com o fato da selecção, azul, todos a condizer. Os irredutíveis portugueses chegaram e foram aplaudidos. Eles que trouxeram 38 pontos. É tudo o que a melhor selecção amadora de râguebi do mundo tem para oferecer – “e já é bastante”, disse Matilde, que foi com a mãe receber a equipa. Sem vitórias, com quatro derrotas (Escócia, Nova Zelândia, Itália e Roménia) e 209 pontos consentidos. “Não estávamos à espera desta recepção. Nunca tínhamos sido recebidos com gente a cantar-nos o hino. É impressionante”, contou Rui Cordeiro, lembrando que nunca os jogos do Mundial da selecção portuguesa tinham sido tão mediatizados. “Todos os objectivos foram cumpridos, excepto a derrota com a Roménia.” Vasco Uva, o capitão que apareceu de braço ao peito devido à operação a um polegar, parecia a encarnação de um herói, ainda com as mazelas da “guerra”. “Foi impressionante jogar contra a Nova Zelândia, inesquecível. Respondemos àquilo que nos pediram”, disse segundos antes de ser engolido pelos adeptos. Homens, miúdos, idosos, crianças. Todos marcaram presença. Muitas câmaras de filmar, vários canais de televisão, jornais, flashes, canetas e blocos, alguns para as assinaturas dos jogadores. Gravadores e máquinas fotográficas de bolso; muitas fotos para levar para casa e mostrar aos amigos em formato digital. “É uma emoção muito grande. Tivemos uma prestação muito digna, com enorme espírito e trabalhámos com crença”, desabafou o seleccionador. O espírito é marcar presença no próximo Mundial, daqui a quatro anos. E pensar em voos maiores. Com a janela mediática que este Mundial abriu, há clubes estrangeiros (profissionais) interessados nestes amadores, confessaram alguns...
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
O regresso a casa dos “lobos maus”
à(s) 23:30
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1 comentário:
Ó Xôr Filipe, os Lobos Maus (comás cobras) somos nós ó faxavor. Eles são só os Lobos.
Lobos Maus Comás cobras
Mais atenção pra proxima e cumprimentos
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