David Andrade
Foto: Bogdan Cristel/Reuters
Terminada a primeira fase do Campeonato do Mundo de râguebi, o domínio dos países do Hemisfério Sul tem sido evidente. Os vencedores de todos os grupos (África do Sul, Austrália, Nova Zelândia e Argentina) são sulistas e da parte Norte do Hemisfério apenas três selecções conseguiram a qualificação: Inglaterra, França e Escócia. No Grupo A, os ingleses surgiam como favoritos à conquista do primeiro lugar, mas mostraram que a os maus desempenhos no Torneio das Seis Nações não foram apenas um mero percalço. Disso aproveitou-se a África do Sul, que fez o percurso inverso. Os africanos não tinham convencido no Torneio das Três Nações (ficaram em último lugar atrás da Nova Zelândia e Austrália), mas venceram por larga margem os Estados Unidos e Samoa e, contra a Inglaterra, aproveitaram as muitas ausências dos europeus (Wilkinson, Barkley, Vickery e a lesão de Robinson) para venceram por claros 36-0. Apenas contra Tonga a África do Sul tremeu um pouco. No Grupo B, com a Austrália a conseguir o pleno nas vitórias sem dificuldades, surgiu talvez a maior surpresa (e derrota do Hemisfério Norte), com o País de Gales a ser ultrapassado pelas Fiji. Já no grupo do qual fez parte Portugal, o C, a Nova Zelândia passeou em todos os jogos. As restantes quatro selecções eram todas europeias (Escócia, Itália, Roménia e Portugal) e os escoceses acabaram por se mostrar mais fortes. Finalmente, no grupo D, novo vencedor inesperado. A França, a jogar em casa, parecia ter o primeiro posto reservado, mas a Argentina confirmou toda a evolução que o râguebi naquele país da América do Sul tem vivido para destronar os franceses. Com a vitória dos países do Hemisfério Sul em todos os grupos, as três selecções europeias ainda em prova ficaram numa posição muito delicada. A França vai defrontar a super-favorita Nova Zelândia em terreno neutro (País de Gales), a Inglaterra, que ainda não convenceu, terá pela frente a consistente Austrália, enquanto a Escócia defronta a Argentina que se encontra em grande forma. Neste cenário, o mais provável é o Hemisfério Norte não ter nenhuma selecção nas meias-finais e assistir-se a uma final antecipada (Nova Zelândia-Austrália).
Terminada a primeira fase do Campeonato do Mundo de râguebi, o domínio dos países do Hemisfério Sul tem sido evidente. Os vencedores de todos os grupos (África do Sul, Austrália, Nova Zelândia e Argentina) são sulistas e da parte Norte do Hemisfério apenas três selecções conseguiram a qualificação: Inglaterra, França e Escócia. No Grupo A, os ingleses surgiam como favoritos à conquista do primeiro lugar, mas mostraram que a os maus desempenhos no Torneio das Seis Nações não foram apenas um mero percalço. Disso aproveitou-se a África do Sul, que fez o percurso inverso. Os africanos não tinham convencido no Torneio das Três Nações (ficaram em último lugar atrás da Nova Zelândia e Austrália), mas venceram por larga margem os Estados Unidos e Samoa e, contra a Inglaterra, aproveitaram as muitas ausências dos europeus (Wilkinson, Barkley, Vickery e a lesão de Robinson) para venceram por claros 36-0. Apenas contra Tonga a África do Sul tremeu um pouco. No Grupo B, com a Austrália a conseguir o pleno nas vitórias sem dificuldades, surgiu talvez a maior surpresa (e derrota do Hemisfério Norte), com o País de Gales a ser ultrapassado pelas Fiji. Já no grupo do qual fez parte Portugal, o C, a Nova Zelândia passeou em todos os jogos. As restantes quatro selecções eram todas europeias (Escócia, Itália, Roménia e Portugal) e os escoceses acabaram por se mostrar mais fortes. Finalmente, no grupo D, novo vencedor inesperado. A França, a jogar em casa, parecia ter o primeiro posto reservado, mas a Argentina confirmou toda a evolução que o râguebi naquele país da América do Sul tem vivido para destronar os franceses. Com a vitória dos países do Hemisfério Sul em todos os grupos, as três selecções europeias ainda em prova ficaram numa posição muito delicada. A França vai defrontar a super-favorita Nova Zelândia em terreno neutro (País de Gales), a Inglaterra, que ainda não convenceu, terá pela frente a consistente Austrália, enquanto a Escócia defronta a Argentina que se encontra em grande forma. Neste cenário, o mais provável é o Hemisfério Norte não ter nenhuma selecção nas meias-finais e assistir-se a uma final antecipada (Nova Zelândia-Austrália).
6 comentários:
Caro David Andrade,
Apesar do excelente trabalho com o site, devo afirmar o meu veemente desacordo com certas coisas que aparecem escritas. Exponho cinco pontos sobre a África do Sul que apareceram neste site e que, pura e simplesmente, não são correctas ou verdadeiras.
Em primeiro lugar, ninguém esperaria, nem mesmo o mais sonhador dos ingleses, que a Inglaterra vencesse a África do Sul. Em dois "test matches" em Junho passado, a África do Sul marcou mais de 50 pontos. Mesmo com o argumento (válido) de que os ingleses estavam desfalcados, a actual diferença entre estas selecções situa-se na casa dos 30 pontos, como se viu no jogo da taça do mundo (aliás, um dos melhores jogos, em que a África do Sul, até aos 70 min, não fez uma única penalidade no seu meio campo).
Em segundo lugar, a África do Sul aparece, há vários meses, como segunda favorita à vitória na RWC. É, aliás, sempre uma séria candidata, nem que seja por ser o país mais populoso no qual o Rugby tem dimensão de desporto nº1 (pelo menos, na minoria branca é-o, sem dúvida).
Em terceiro lugar, este foi um ano, no campeonato provincial do hemisfério sul, absolutamente dominado pelos sul-africanos, tendo decorrido, pela primeira vez, uma final do Super 14 exclusivamente sul-africana.
Em quarto, Percy Montgomery, a "referência"? É importante, sem dúvida, pela precisão nos pontapés, mas há pelo menos dois jogadores que, de momento, são claramente dos melhores, se não os melhores, do mundo nas suas posições: Bryan Habana e Schalk Burger. Têm ainda a melhor dupla de 2ªs linhas do mundo, indiscutivelmente, com Matfield e B. Botha.
Por último, e não menos importante, a África do Sul é a equipa com melhor registo com os All Blacks nos últimos 4 anos. O melhor jogo deste ano até ao presente momento foi, sem dúvida, o África do Sul-Nova Zelândia para o Tri-nations, em que a África do Sul esteve a vencer até aos 75min da segunda parte. Após esta derrota, a África do Sul jogou o resto do torneio com uma "equipa B".
Bem sei que o rugby sul-africano é mal amado por bandas portuguesas (para quem tudo o que vem de França é sublime...), por ser absolutamente purista e conservador, fazendo-se valer da força física e do poder dos avançados. Mas há ser isento no comentário!
Pedro
Boa tarde Pedro,
Antes de mais deixe-me dizer-lhe que agradeço o comentário. É muito bem-vindo tal como todas as outras opiniões.
O assunto "África do Sul" trata-se apenas de uma questão de opinião. Dizer que uma selecção é pior ou melhor é muito subjectivo e terá que depender sempre da opinião pessoal de cada um. Por isso, não me parece que seja uma questão de correcção ou de (in)verdade. Penso tratar-se apenas da avaliação pessoal de cada pessoa.
A África do Sul tem vindo a demonstrar, de facto, um nível muito elevado, mas, na minha opinião, beneficiou do actual mau momento da Inglaterra. No jogo contra Tonga, por exemplo, sentiram muitas dificuldades para vencer.
Penso que o verdadeiro teste para a África do Sul, será uma possível meia-final contra a Argentina. Mas os sul-africanos têm, sem dúvida, o caminho aberto para a final.
Quanto à questão dos jogadores, o Percy Montgomery foi mencionado como sendo a referência. Apenas isso. Ser a referência de uma equipa, não quer dizer que seja o melhor jogador. Penso que não haverá dúvidas da sua importância no comando de toda a linha de três-quartos. No texto que fiz antes do Campeonato do Mundo começar, o "jogador em destaque" foi o Schalk Burger e menciono a importância do Bakkies Botha e Victor Matfield.
Mais uma vez, obrigado pelo comentário e espero que o faça sempre que não concordar com alguma coisa publicada.
Caro David Andrade,
Agradeço desde já a sua resposta, devidamente fundamentada. Encerrando o assunto "África do Sul", só queria acrescentar dois pontos.
Efectivamente, o jogo África do Sul-Tonga foi importante por mostrar a principal fragilidade da África do Sul: a ausência de alternativas à equipa principal, sobretudo nos três quartos. A inépcia na conversão de domínio de jogo (quer em termos territoriais, quer em termos de posse de bola) em pontos preocupou, e deve preocupar ainda, Jake White.
Quanto à provável final África do Sul-Argentina, vai ser interessante ver dois aspectos: as duas melhores defesas e os dois "packs" mais fortes do momento. Caso a 3ª linha sul-africana consiga neutralizar o Juan Martín Hernández, o melhor jogador do torneio até agora, não vejo a Argentina vencer.
Tem razão quando diz que os textos do site são avaliações pessoais. Poderia, no entanto, haver, por exemplo uma referência ao que as bolsas de apostas pagam pela vitória de cada selecção. É sempre um excelente indicador dos favoritismos.
Desejando continuação do excelente tabalho no site,
Pedro
P.S.: estou a assinar anónimo porque não estou a conseguir fazer o login do google nem no blogger...
Mais uma vez, obrigado Pedro.
A ideia da "bolsa de apostas" é boa. O problema é que isso varia de dia para dia. Com o desenvolvimento do Campeonato do Mundo, as hipóteses da África do Sul chegar a uma final têm vindo a mudar. Para além de terem conseguido vencer o seu grupo, o seu caminho para a final ficou mais fácil com o segundo lugar da França. Se repararmos, a África do Sul pode chegar à final sem defrontar a França, Austrália ou Nova Zelândia. O adversário mais difícil (que o é, sem dúvida) até ao último jogo é a Argentina. Se os sul-africanos tivessem como possiveis adversários numa meia-final a Nova Zelândia ou a Austrália, as suas "odds" numa bolsa de apostas seriam, certamente, muito menores.
Espero que continue a comentar.
Obrigado.
Antes de mais, queria deixar os meus cumprimentos pela maneira como este site é gerido e pelos conteúdos publicados. Dá gosto em ler notícias sobre um assunto escritas por alguém que percebe, o que é raro em Portugal.
Relativamente às selecções do Hemisfério Sul e o seu domínio:
A RSA é sem dúvida alguma uma das favoritas à vitória final, até porque é a que tem o caminho mais fácil para chegar lá. Sim, tem uma 2ª linha fantástica com Botha e Matfield (jogadores com mais de 190cm e 100kg) mas dizer que é a melhor do mundo... os franceses têm Nyanga, Betsen, Basten, Chabal. Os neo-zelandeses têm Ali Williams, Jacko, Ryan, Robinson. Para só falar destas duas selecções... Os Springboks aliam a capacidade física dos avançados à qualidade técnica de dois ou três jogadores da linha recuada para fazer o seu rugby. Podem não ter a melhor linha de três quartos, mas jogadores como Habana, Montgomery e Pietersen nunca são de desprezar.
Os All Blacks são sem dúvida os favoritos, mas à semelhança da França, toda esta pressão à sua volta pode jogar contra eles. E se ganharem (como penso que vão fazer) à França, encontram uma Austrália fortíssima ou uma Inglaterra renascida das cinzas nas meias. Mas, por outro lado, o facto de este ano a equipa este ano valer como um todo, mesmo com as excelentes individualidades que contém, será uma grande mais-valia. Podem não ter um Lomu, um Marshall ou um Mertehns, têm Carter, McCaw, Collins, Sivivatu. E percebe-se que jogam muito mais em equipa. Os favoritos, sem dúvida.
A Austrália... têm Gregan, Mortlock, Barnes, Giteau, Tuqiri, Larkham, Latham, só para dizer os velhos conhecidos. E têm do melhor rugby que se tem visto no mundial. Jogadores disciplinados, concentrados e extremamente habilidosos. Teremos outra vez o velho leão a cantar "Four more years, boys!" aos All Blacks numa meia final? Primeiro têm que ultrapassar uma Inglaterra que não deve ser posta de parte ainda.
A Argentina tem tudo para assegurar umas meias finais históricas e porque não? São a 4ª equipa do ranking, à frente da França, da Inglaterra, da Irlanda e principalmente da Escócia. Até podem ir mais longe. Uma final, porque não? Gosto muito do rugby dos argentinos mas penso que são destas equipas a mais parecida com as europeias. O treinador já disse que espera um jogo muito táctico contra a Escócia, ou seja, muitos pontapés, alinhamentos, penalidades... Vamos ver se Contepomi regressa a tempo da sua gripe. Espero que sim e torço pela Argentina e pelo seu rugby elegante e fluído.
Fiji: a grande surpresa que não o é (pelo menos para mim). Era só uma questão de tempo que o rugby do Pacífico Sul ultrapassasse o da Europa. Em termos de velocidade e técnica, os Galeses pouco puderam fazer perante estes "foguetes". E conseguiram, de há dois mundiais para cá, finalmente ensinar "handling" aos seus avançados e disciplinar um pouco (mas só um pouco) o seu jogo. Já não se vêem aqueles foras de jogo infantis que levavam a penalidades e toques para a frente que custavam muito território. Bons jogos na Pool não chegam para mais, a menos que estejam a preparar a grande surpresa perante a África do Sul. Sinceramente, penso que poderão, um dia, mas agora não.
Cabe então à França, Inglaterra e Escócia a missão de contrariar este domínio e favoritismo. Gostaria de ver a França campeã do mundo mas não tenho dúvidas que para serem, terão que jogar tudo o que jogaram contra a Irlanda, Namíbia e Geórgia tudo somado e mesmo assim não sei. Mesmo que ultrapassem a Nova Zelândia, encontram uma Austrália ou uma Inglaterra e sinceramente não os vejo com pedalada para mais. Pode ser que me engane.
De resto, espero ver grandes jogos e que este seja o melhor mundial (pelo menos, está a ser épico e equilibrado; em 2003 assistimos a massacres que os "minnows" evitaram este ano) de sempre.
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