sábado, 15 de setembro de 2007

Três perguntas a Rui Cordeiro


David Andrade, em Lyon

PÚBLICO: Como vai ser defrontar a melhor selecção do mundo? Eles têm pontos fracos?
Rui Cordeiro: Vai ser um momento único. Um momento que esperávamos há muitos anos. Vamos tentar dar o máximo que pudermos, como tem sido habitual. Eles são fantásticos, mas são homens iguais aos outros. Se não cometermos erros eles nunca conseguirão bater o recorde mundial [vitória da Austrália contra a Namíbia por 142-0]. Vai ser um espectáculo. O râguebi está-lhes nos genes. É hereditário: passa de pai para filho. Eles costumam dizer que há três tipos de homens na Nova Zelândia: os que jogam râguebi, os que jogaram e os que vão jogar. Eles respiram râguebi. Sinceramente acho que eles não têm defeitos. É claro que sobre pressão, falham também. É preciso que consigamos essa pressão para eles falharem. É isso que vamos tentar.

Alguns dos melhores jogadores, como o Dan Carter e o Richie McCaw não vão jogar. Para vocês é um alívio ou uma frustração? E como vai ser assistir o haka de tão perto?
Acho que é mais uma frustração do que um alívio. Eles são óptimos jogadores, mas penso que os que os vão substituir são tão bons como eles. Jogar contra o Carter ou o McCaw é um momento único e sendo um momento único devíamos aproveitar ao máximo e devíamos ter a equipa titularíssima a jogar contra nós. O haka para nós só nos vai motivar. É uma manifestação brutal e naquele ambiente só nos vai motivar. Ainda bem que eles fazem o haka...

Em Portugal tem sido muito elogiada a atitude dos jogadores da selecção de râguebi em comparação com a selecção de futebol. No râguebi há mais amor à camisola?
Não, de maneira nenhuma. Cada um tem a sua maneira de sentir o hino, a selecção, as quinas ao peito. O râguebi é um desporto de contacto e tem que haver uma agressividade inerente ao que ele é, por isso nota-se que somos mais aguerridos. Mas eu penso que não se pode ir por aí. Cada um sente à sua maneira, assim como há jogadores de râguebi que sentem de uma maneira e outros de outra.

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