David Andrade, em Saint-Etienne
Quando Portugal e Escócia subiram hoje ao relvado do Estádio Geoffroy-Guichard, em Saint-Etienne, os jogadores portugueses festejaram. Vasco Uva, o capitão da selecção portuguesa, era um dos mais emocionados. Mas, um a um, todos os jogadores de Portugal abraçaram-se. O sonho de todos eles estava concretizado. A selecção nacional estava no Campeonato do Mundo de râguebi e fazia história na modalidade ao ser a primeira selecção amadora a conseguir tamanha proeza. Antes do início do jogo, o jornalista do jornal britânico The Independent, sentado ao lado do PÚBLICO, perguntava se havia alguma possibilidade de saber as profissões de cada um dos 22 jogadores portugueses que constavam na lista de jogo. À medida que o PÚBLICO ia dizendo que o “1” (Rui Cordeiro) era veterinário, o “2” (Joaquim Ferreira) empresário ou o “7” (João Uva) publicitário a admiração pelo feito dos portugueses iam aumentando. No seu bloco de notas, estava com grande destaque, a maior vitória da Escócia em jogos oficiais: 100-8, contra o Japão, em 2004. Portugal preparava-se para jogar contra uma das nações (Escócia) com mais tradições no râguebi mundial e tinha sobre si uma enorme desconfiança. Mas Portugal acabou por deixar uma excelente imagem do râguebi que surpreendeu todos os estrangeiros que assistiram ao desafio, abandonando o Estádio Geoffroy-Guichard sob uma enorme ovação dos 34.162 espectadores (cerca de dez mil portugueses). Liderados por um advogado (Vasco Uva) que encheu o campo com a sua entrega e vontade a selecção portuguesa chegou a fazer tremer a Escócia. Uva acabou mesmo por ser eleito o “homem do partida”.
O jogo
Nos primeiros minutos, os jogadores escoceses instalaram-se no meio-campo nacional e empurram Portugal para a sua linha de 22 metros. No entanto, Portugal começou logo a mostrar que a vinda da Escócia a Saint-Etienne não seria apenas um passeio. Depois de dez minutos de forte pressão, o defesa britânico Rory Lamont acabou por marcar o primeiro ensaio da partida. Portugal tinha conseguido resistir durante 11 minutos e 19 segundos. Nos dez minutos seguintes, a Escócia conseguiu por mais duas vezes chegar ao ensaio e, com 23 minutos, o resultado estava já em 21-0. No estádio, chegou-se a temer que a selecção nacional baixasse os braços, mas como é habitual na selecção portuguesa de râguebi, a garra e orgulho dos jogadores veio ao de cima. Portugal desinibiu-se, jogou bem (quase sempre à mão) e aos 27 minutos e 43 segundos o estádio explodiu. Após uma série de fases dos avançados portugueses, a bola sobrou para Pedro Carvalho que marcou o ensaio de Portugal. Cardoso Pinto, na conversão, reduzia o resultado para 21-7. A Escócia reagiu de imediato Rob Dewey, aos 30’, voltou a chegar ao ensaio. O intervalo chegava pouco depois com um honroso 28-10 para Portugal. E no início do segundo tempo nova surpresa. Os portugueses entraram a todo gás e conseguiram empurrar a Escócia para o seu terreno. Aos 44’, chegou-se mesmo a festejar novo ensaio português que fixaria o resultado em 28-17, mas o árbitro, numa decisão polémica, anulou por alegado fora-de-jogo do português. As forças portuguesas acabariam perto dos 60’, e a Escócia acabou por dilatar a vantagem para 56-10. A imagem do râguebi português, no entanto, acabou por sair em alta e os jogadores nacionais de parabéns.
domingo, 9 de setembro de 2007
Portugal aplaudido de pé em Saint-Etienne
à(s) 20:40
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1 comentário:
Fantastico! Enxe-nos de orgulho esta seleção
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