David Andrade, em Paris
É o vice-capitão e um dos mais emblemáticos jogadores da selecção portuguesa. Com 31 anos, o médio de formação de Portugal que actua na Agronomia explica o que sentiram os jogadores portugueses na estreia no Campeonato do Mundo.
É o vice-capitão e um dos mais emblemáticos jogadores da selecção portuguesa. Com 31 anos, o médio de formação de Portugal que actua na Agronomia explica o que sentiram os jogadores portugueses na estreia no Campeonato do Mundo.
PÚBLICO – Os jogadores portugueses festejaram quando entraram no relvado do estádio. O que sentiram nesse momento?
LUÍS PISSARRA – Entrar no relvado foi o concretizar de um sonho. Era tudo o que ansiávamos e foi para isso que andámos a treinar. Foi o libertar de tudo: de todos os sacrifícios que fizemos, de todo o tempo que andámos a trabalhar ao longo destes últimos anos. Pisar a relva do estádio em Saint-Etienne foi um momento em que libertámos tudo o que passámos e foi o concretizar de um sonho e de um objectivo.
Ficaram satisfeitos com a exibição?
Ficámos satisfeitos com alguns aspectos do jogo. Acho que nos podemos sentir orgulhosos e damos um grande valor ao facto de as pessoas terem reconhecido todo o esforço, coração e vontade que metemos no jogo. Por aí, ficámos muito satisfeitos. No entanto, podíamos ter conseguido um resultado menos dilatado e marcado mais pontos. Houve alguns pontos em que facilitámos e nesse aspecto ainda temos que melhorar. Sentimos que os nossos objectivos foram cumpridos, mas ficou um amargo de boca porque sentimos que ainda podemos fazer melhor.
Ficámos satisfeitos com alguns aspectos do jogo. Acho que nos podemos sentir orgulhosos e damos um grande valor ao facto de as pessoas terem reconhecido todo o esforço, coração e vontade que metemos no jogo. Por aí, ficámos muito satisfeitos. No entanto, podíamos ter conseguido um resultado menos dilatado e marcado mais pontos. Houve alguns pontos em que facilitámos e nesse aspecto ainda temos que melhorar. Sentimos que os nossos objectivos foram cumpridos, mas ficou um amargo de boca porque sentimos que ainda podemos fazer melhor.
No intervalo chegaram a pensar que podiam vencer? O que disse Tomaz Morais nessa altura?
Disse-nos que havia pontos que podíamos melhorar. Principalmente nos alinhamentos, que era onde estávamos a falhar bastante, e estivemos a definir algumas situações de defesa. A vitória passou pela cabeça de toda a gente porque estávamos a conseguir pressioná-los, mas não foi equacionado como um objectivo assumido colectivamente. Foi um objectivo que passou pela cabeça de todos nós, mas o objectivo principal era resolver os problemas que nos estavam a aparecer e tentar melhorar o nosso jogo.
Disse-nos que havia pontos que podíamos melhorar. Principalmente nos alinhamentos, que era onde estávamos a falhar bastante, e estivemos a definir algumas situações de defesa. A vitória passou pela cabeça de toda a gente porque estávamos a conseguir pressioná-los, mas não foi equacionado como um objectivo assumido colectivamente. Foi um objectivo que passou pela cabeça de todos nós, mas o objectivo principal era resolver os problemas que nos estavam a aparecer e tentar melhorar o nosso jogo.
Os escoceses afirmaram, no final, que os jogadores portugueses placaram muito e sempre baixo. É essa a grande arma portuguesa?
É a nossa grande arma, mas reflecte o nosso ponto forte dentro do grupo que é a união, coragem, entrega ao jogo e espírito de sacrifício. Isso depois reflecte-se na nossa defesa e no estilo de placagem que a nível internacional está a ser pouco utilizado, porque as equipas são muito mais físicas. Nós usamos este estilo de placagem que nós chamados de “aos joelhos, ligamentos ou tornozelos” para os derrubar e atemorizar no jogo e fazê-los sentir que estamos presentes e somos duros.
É a nossa grande arma, mas reflecte o nosso ponto forte dentro do grupo que é a união, coragem, entrega ao jogo e espírito de sacrifício. Isso depois reflecte-se na nossa defesa e no estilo de placagem que a nível internacional está a ser pouco utilizado, porque as equipas são muito mais físicas. Nós usamos este estilo de placagem que nós chamados de “aos joelhos, ligamentos ou tornozelos” para os derrubar e atemorizar no jogo e fazê-los sentir que estamos presentes e somos duros.
Foram aplaudidos de pé, por todo o estádio. Foi uma surpresa?
Acabou por ser uma surpresa por ser muita gente e não estamos habituados. Mas, principalmente, porque apesar de o resultado ter sido dilatado, embora tenha ficado aquém das “tareias” que muita gente do râguebi estava à espera, todo o público, não só o português, mas também os escoceses e franceses que estavam presentes, reconheceu a nossa entrega e reconheceu que as dúvidas que por vezes surgiram na imprensa internacional sobre a presença ou não de Portugal no Campeonato do Mundo eram infundadas. Provámos que somos uma equipa que merece estar aqui e o reconhecimento foi dado pelo público.
Acabou por ser uma surpresa por ser muita gente e não estamos habituados. Mas, principalmente, porque apesar de o resultado ter sido dilatado, embora tenha ficado aquém das “tareias” que muita gente do râguebi estava à espera, todo o público, não só o português, mas também os escoceses e franceses que estavam presentes, reconheceu a nossa entrega e reconheceu que as dúvidas que por vezes surgiram na imprensa internacional sobre a presença ou não de Portugal no Campeonato do Mundo eram infundadas. Provámos que somos uma equipa que merece estar aqui e o reconhecimento foi dado pelo público.
O que é preciso mudar para os próximos jogos?
Cada jogo será diferente e o desafio contra a Itália poderá ser o único semelhante ao da Escócia, embora a Itália tenha um jogo mais abrangente que envolve mais os três-quartos e é mais rápido. A Roménia tem um estilo de jogo diferente e a Nova Zelândia é a Nova Zelândia. Jogam em explosão e em velocidade. Em cada jogo temos que nos habituar ao ritmo de jogo, porque é a grande diferença que nos separa destes países que estão habituados a um ritmo de jogo alucinante, com a bola sempre em movimento, e nós, se calhar, estamos habituados a situações mais tranquilas. Cada erro que cometemos, e não só a defender, onde tivemos algumas placagens falhadas, sai caro e cada bola vale ouro. Temos que as aproveitar ao máximo porque depois podemos ter muitas dificuldades em voltar a tê-la na mão.
Cada jogo será diferente e o desafio contra a Itália poderá ser o único semelhante ao da Escócia, embora a Itália tenha um jogo mais abrangente que envolve mais os três-quartos e é mais rápido. A Roménia tem um estilo de jogo diferente e a Nova Zelândia é a Nova Zelândia. Jogam em explosão e em velocidade. Em cada jogo temos que nos habituar ao ritmo de jogo, porque é a grande diferença que nos separa destes países que estão habituados a um ritmo de jogo alucinante, com a bola sempre em movimento, e nós, se calhar, estamos habituados a situações mais tranquilas. Cada erro que cometemos, e não só a defender, onde tivemos algumas placagens falhadas, sai caro e cada bola vale ouro. Temos que as aproveitar ao máximo porque depois podemos ter muitas dificuldades em voltar a tê-la na mão.
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