sábado, 6 de outubro de 2007

Dois jogos, duas surpresas. Os All Blacks estão fora


David Andrade
Foto: Charles Platiau/Reuters

Era quase uma final antecipada que terminou com um desfecho inesperado. Num grande jogo de râguebi, com uma segunda parte muito intensa, os All Blacks saíram derrotados por uma selecção francesa que deu uma grande lição de humildade. Ao contrário do primeiro jogo do dia, em que a Inglaterra foi superior à Austrália, no Nova Zelândia-França apenas na primeira parte uma das selecções (Nova Zelândia) se conseguiu impôr. A França acabou por triunfar por 20-18, mas nenhuma equipa merecia sair derrotada. A super-favorita Nova Zelândia defrontava o país organizador (França) em terreno “neutro” (Cardiff), e a primeira parte não fazia antever a surpresa final. Os neozelandeses começaram melhor e aos 29’ já venciam por 13-0. A França, porém, não desistiu. Em cima do intervalo, Beauxis reduziu para 13-3 e, na segunda parte, o jogo mudou por completo. Com apenas cinco minutos, Luke McAlister viu um cartão amarelo por carregar um adversário sem bola e os All Blacks ficaram reduzidos a 14 jogadores durante 10 minutos. A França não desperdiçou a oportunidade e, no período em que teve superioridade numérica, empatou o jogo a 13 pontos. Mas com o regresso de McAlister ao relvado, os neozelandeses voltaram a dominar. Aos 62’ So’olaio marcou o segundo ensaio da Nova Zelândia na partida, numa boa jogada dos avançados dos All Blacks, e deu uma vantagem à sua equipa de cinco pontos (18-13). Mas a França reagiu novamente. Apenas quatro minutos depois do ensaio adversário, o centro Jauzion combinou de forma perfeita com Michalak que tinha acabado de entrar, conseguiu perfurar a defesa neozelandesa, e obteve o segundo ensaio francês. Na conversão, Beauxis colocou a França pela primeira vez na frente (20-18). Faltavam 11 minutos e, até final, a Nova Zelândia tentou de todas as formas recolocar-se na frente do marcador. Mas pela frente acabou por encontrar uma defesa gaulesa intransponível. A Nova Zelândia, tal como tinha acontecido em 1999, volta a cair aos pés da França. E, mais uma vez, os poderosos All Blacks não conseguem traduzir dentro do campo o seu favoritismo. França-Inglaterra. Está definido, com enorme surpresa, o primeiro jogo das meias-finais do Campeonato do Mundo de râguebi.

4 comentários:

Anónimo disse...

a isto se chama ... um grande melão !!! LET'S GO ENGLAND !

Paulo Monteiro disse...

QUe Supresa total!
Colocava nas meias:

Springboks vs Pumas
All Blacks vs Wallabies

Agora já estou a pensar se amanhã não haverá surpresas!

Penso que os sul africanos vão entrar em campo conscientes do que pode custar se desvalorizar uma equipa teóricamente mais fraca.

Go Boks!!!!!!

Anónimo disse...

sou Francês e gosto de muito dos comentários neutros dos jornalistas portugueses sobre a victoria... inesperada. Nova zelandia é para os Franceses o equivalente do Brazil em fútebol: temos essa capacidade em vêncer as équipas ditas as melhores no Mundo.

Espero que Portugal vai continuar à progressar neste jogo no futuro e contribuir à expansão deste desporto muito mais vivante e interessante do que fútebol (os maravilhosos 0-0...)

Anónimo disse...

Três notas sobre a Austrália-Inglaterra e sobre o França-Nova Zelândia.
1º: Por mais brilhante que a linha de três quartos de um equipa seja, nada fará se os avançados não conquistarem a bola. A Austrália pura e simplesmente foi arrasada nos avançados, especialmente nos "tight five". Não conseguirem ganhar uma melée como deve ser é inadmissível para uma equipa com pretensões ser campeã mundial.
2º: Normalmente, os vencedores da RWC são as equipas que melhor defendem. É por isso que a Nova Zelândia só venceu uma RWC e a França ainda não ganhou nenhuma. Neste capítulo, a 3ª linha é fundamental, e ontem os jogadores da 3ª linha francesa fizeram o jogo da vida deles, com especial destaque para o Desautoir.
3º: Um cartão amarelo, nesta fase da RWC, poderá custar o jogo. O ponto de viragem do encontro foi o "Sin Bin" do McAllister (grande jogo, apesar disso), em que a França marcou o seu primeiro ensaio, ganhando ímpeto para o resto do jogo.

Pedro