domingo, 21 de outubro de 2007

Domínio da África do Sul nos prémios da IRB

David Andrade, em Paris

Depois de vencer o Campeonato do Mundo, a África do Sul conseguiu dominar por completo os prémios da Federação Internacional de Râguebi (IRB), ao vencer os galardões para melhor jogador, melhor equipa e melhor treinador. No prémio mais aguardado, Bryan Habana acabou por ser escolhido como melhor jogador do ano, superiorizando-se aos argentinos Felipe Contepomi e Juan Hernandez, ao francês Yannick Jauzion e ao neozelandês Richie McCaw que tinha vencido este prémio no ano passado. Habana realizou um Mundial de grande nível e acabou por se sagrar o melhor marcador de ensaios da competição. Os Springboks acabaram também por vencer o prémio de melhor selecção do ano e Jack White venceu o premio de treinador do ano. Destaque ainda para o norte-americano Ngwenya que marcou o ensaio do ano, segundo a IRB. Curiosamente, este ensaio foi marcado no Campeonato do Mundo, contra a África do Sul.

Lista dos prémios:
IRB Player of the Year – Bryan Habana, África do Sul
IRB Team of the Year – África do Sul
IRB Coach of the Year – Jake White, África do Sul
IRB Under 19 Player of the Year – Robert Fruean, Nova Zelândia
IRB Sevens Team of the Year – Nova Zelândia
IRB Sevens Player of the Year – Afeleke Pelenise, Nova Zelândia
IRB Women’s Personality of the Year – Sarah Corrigan
IRB Referee Award for Distinguished Service - Dick Byres Vernon Pugh
Award for Distinguished Service – Jose Maria Epalza
IRB Development Award - Jacob Thompson
Spirit of Ruby Award – Nicolas Pueta
IRPA Try of the Year - Takudzwa Ngwenya, Estados Unidos
IRPA Special Merit Award – Fabien Pelous, França
IRB Hall of Fame inductees - Pierre de Coubertin, Wilson Whineary, Dr Danny Craven, Gareth Edwards, John Eales

O melhor mundial de sempre mostrou uma nova modalidade a Portugal

David Andrade, em Paris

Os números oficiais só serão divulgados na próxima semana, mas o Campeonato do Mundo de râguebi de 2007 que terminou sábado em França é já, unanimemente, considerado o melhor de sempre. A competição terminou com a vitória justa da África do Sul que acabou por ser a selecção que ao longo de toda a prova demonstrou ser mais regular e, acima de tudo, mais inteligente na abordagem dos jogos. Para Portugal, acabou por ser o campeonato de estreia e as expectativas foram superadas. A selecção nacional deixou uma excelente imagem e a atitude dos jogadores portugueses foi muito elogiada por toda a imprensa estrangeira. Duas selecções claramente vencedoras (África do Sul e Argentina) e três que saíram derrotadas (Nova Zelândia, Austrália e França). É este o balanço, de forma muito sucinta, do Campeonato do Mundo de râguebi de 2007. No que diz respeito à selecção portuguesa, a vitória estava já conseguida com o inédito apuramento para uma fase final de um Mundial, mas os portugueses acabaram por surpreender pela positiva. Depois de deixar uma boa imagem contra a Escócia e a Nova Zelândia nos dois primeiros jogos, Portugal apenas fraquejou no aspecto físico contra a Itália e a Roménia. Com outro tipo de preparação, que só é possível em selecções profissionais, a selecção nacional mostrou dentro do relvado ter argumentos para derrotar a Itália e, principalmente, a Roménia. Apesar de não ter vencido qualquer jogo, o Mundial de França deu uma enorme visibilidade ao râguebi em Portugal e, se se souber aproveitar o interesse que a modalidade despertou, podem estar lançadas as bases para que o râguebi sai do esquecimento em Portugal. Nos próximos meses, a selecção nacional irá disputar já alguns jogos para o Torneio das Seis Nações B, mas a preparação para o Mundial de 2011, que será disputado na Nova Zelândia, está já no subconsciente de todos os responsáveis do râguebi em Portugal.

Alterações às regras em perspectiva
Ainda não passam de intenções, mas é muito provável que o râguebi sofra várias alterações nas regras nos próximos tempos. A modalidade tem demonstrado sempre uma enorme vitalidade e sempre que algo está mal, os responsáveis máximos da Federação Internacional de Râguebi (IRB) não têm qualquer pudor em proceder a alterações que beneficiem a modalidade. Uma das grandes polémicas em torno do Mundial de 2007, está relacionada com o actual sistema de pontuação. O facto de duas penalidades valerem seis pontos, mais do que um ensaio que pode valer apenas cinco pontos, tem merecido muitas críticas. Assim, uma das possíveis alterações que está a ser estudada pela IRB é a redução dos pontos atribuídos por cada conversão de penalidades e pontapés de ressalto que poderiam passar dos actuais três pontos para apenas dois. Outra das modificações em análise, é a alteração da regra que permite a uma equipa chutar directamente a bola para fora quando está dentro da sua linha de 22 metros. Para que as equipas não joguem tanto ao pé, na conquista de terreno, a IRB está a ponderar estender a todo o campo a regra que obriga a que quando uma equipa remata a bola para fora do terreno esta tenha que bater primeiro no terreno do jogo, caso contrário o alinhamento terá que ser feito no perpendicular, da linha lateral, onde foi feito o remate. Actualmente, se uma equipa colocar a bola, dentro da sua linha de 22 metros, directamente para fora do terreno, o alinhamento será efectuado no ponto onde a bola sair.

Reacções à vitória dos Springboks

David Andrade, em Paris

O seleccionador e o capitão dos Springboks analisaram hoje em conferência de imprensa a vitória da África do Sul no Campeonato do Mundo

Jack White (seleccionador):
“Para ser honesto ainda não digeri bem. Acho que é uma daquelas coisas que só vamos realmente perceber a importância quando voltarmos para casa. Obviamente que foi uma vitória grandiosa e ver o apoio que tivemos na última noite não será esquecido tão cedo. Agora é importante construir algo sobre o que foi conseguido. É do interesse de todos conseguir fazer algo no futuro com o que conseguimos. Este feito é muito maior do que o próprio râguebi da África do Sul. Ver o nosso Presidente nos ombros dos jogadores com a Taça Webb Ellis na mão foi muito importante. Sei que há algo organizado para quando voltarmos. Sei que vai começar no dia 26 e durará cinco dias. É importante que os jogadores façam uma volta pelo país e partilhem o troféu com a população.”

John Smit (capitão):
“Todos os jogadores tiveram o troféu na mão e tem sido difícil tirar os olhos da taça, já que trabalhamos muito por a ter. Este foi um grande impulso, não só para o râguebi sul-africano mas também para todo o país. A parte mais entusiasmante será voltar a casa e ver o efeito que isto teve, já que estivemos fora durante dois meses. Lembro-me do que se passou há doze anos [quando a África do Sul venceu o primeiro Campeonato do Mundo] e espero que isso se repita quando regressarmos. O Monty [Percy Montgomery], na sua idade, é um dos jogadores em melhor forma. Ele está a pensar muito no seu possível afastamento. É um fantástico guerreiro.”

Estatísticas finais:

Melhores marcadores:

Percy Montgomery (África do Sul): 105 pontos
Felipe Contepomi (Argentina): 91 pontos
Jonny Wilkinson (Inglaterra): 67 pontos


Jogadores com ensaios:

Bryan Habana (África do Sul): 8 ensaios
Drew Mitchell (Austrália): 7 ensaios
Shane Williams (País de Gales) e Doug Howlett (Nova Zelândia): 6 ensaios


Selecções com mais pontos marcados:

Nova Zelândia: 327 pontos em cinco jogos (média de 65.4 por partida)
África do Sul: 278 pontos em sete jogos (média de 39.7 por partida)
França: 227 pontos em sete jogos (médio de 32.4 por partida)


Selecções com mais ensaios:

Nova Zelândia: 48 ensaios em cinco jogos (média de 9.6 por partida)
África do Sul: 33 ensaios em sete jogos (média de 4.7 por partida)
Austrália: 31 ensaios em cinco jogos (média de 6.2 por partida)

Os melhores do Mundial: Selecção do PÚBLICO

1 - Andrew Sheridan
2 - John Smit
3 - Phil Vickery
4 - Ali Williams
5 - Victor Matfield
6 - Jerry Collins
7 - Richie McCaw
8 - Vasco Uva
9 - Agustín Pichot
10 - Juan Martín Hernández
11 - Bryan Habana
12 - Yannick Jauzion
13 - Luke McAlister
14 - Drew Mitchell
15 - Percy Montgomery

Suplentes:
16 - Os du Randt
17 - Carl Hayman
18 - Bakkies Botha
19 - Jean-Baptiste Elissalde
20 - Jonny Wilkinson
21 - Felipe Contepomi
22 - François Steyn

Treinador: Jake White, da África do Sul

sábado, 20 de outubro de 2007

Números: Inglaterra-África do Sul (6-15)

Ensaios:
Inglaterra – 0
África do Sul – 0

Penalidades convertidas:
Inglaterra – 2 em 2 (Jonny Wilkinson 13’ e 44’)
África do Sul – 5 em 6 (Percy Montgomery 7’, 16’, 40’ e 51’; François Steyn 62’)

Posse de bola:
Inglaterra – 55 %
África do Sul – 45 %

Ocupação de terreno:
Inglaterra – 56 %
África do Sul – 44 %

Formações ordenadas a favor:
Inglaterra – 5 ganhas, 1 perdida
África do Sul – 9 ganhas, 0 perdidas

Alinhamentos a favor:
Inglaterra – 19 ganhos, 7 perdidos
África do Sul – 13 ganhos, 0 perdidos

Erros no jogo à mão:
Inglaterra – 10
África do Sul – 6

Homem do jogo: Victor Matfield (África do Sul)